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Supremo. Despedido professor que agrediu aluno em escola do Porto

08 jun, 2017 - 11:37

Embora considerando culposo o comportamento do professor, o tribunal da primeira instância entendeu que o acto "não assumiu a gravidade suficiente para se poder concluir pela insustentabilidade da relação laboral".

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O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) confirmou o despedimento de um professor de uma escola privada no Porto que agrediu um aluno menor na face, em plena sala de aula.

Os juízes conselheiros decidiram que o acto traduziu-se numa ofensa à integridade física de um aluno, perpetrada por um professor, no decorrer de uma aula, que tem de se qualificar como "um acto grave, antipedagógico, que é repudiado pela comunidade".

"O referido acto ilícito e culposo, pela gravidade das suas consequências, torna imediata e praticamente impossível a subsistência da relação laboral, integrando justa causa para despedimento", lê-se no acórdão do STJ datado de 27 de Abril.

A agressão ocorreu a 12 de Maio de 2014 e terá sido uma reacção instintiva à indisciplina que se verificava na sala de aula, num momento em que o professor estava concentrado a dar uma explicação da matéria a um outro aluno.

O docente reconheceu ter "tocado" no braço e na face do aluno, mas "sem qualquer violência", limitando-se a "repelir" uma ameaça, que se traduziu no facto de o menor ter-lhe dado "duas palmadas" no seu braço, tentando acionar o monitor de atividade física que trazia no pulso.

O professor recorreu do despedimento para o Tribunal de Trabalho do Porto que lhe deu razão, condenando o empregador a reintegrar o trabalhador no seu posto de trabalho e a pagar-lhe uma indemnização de cerca de 35 mil euros.

Embora considerando culposo o comportamento do trabalhador, o tribunal da primeira instância entendeu que o acto "não assumiu a gravidade suficiente para se poder concluir pela insustentabilidade da relação laboral".

A escola recorreu então da decisão para o Tribunal da Relação do Porto que revogou a sentença, declarando o despedimento lícito, decisão que foi agora confirmada pelo STJ.

Comentários
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  • Justiça Portuguesa
    08 jun, 2017 Cá no burgo 14:44
    Recorrer de imediato ou para o Constitucional, ou para os Tribunais Europeus. E se o aluno desse porrada no professor, também era "despedido" ? Se calhar nem suspenso, quanto mais ...
  • António Jorge Tavare
    08 jun, 2017 São João da Madeira 14:28
    Uma vergonha, mas é o país em que vivemos e teremos de aturar tudo isto. Má educação, falta de respeito, falta de cidadania, tudo isso a partir de hoje passa a ser "legal". O filho de um juiz que um dia me falte ao respeito, responderei vai chamar tudo "isso" ao teu pai. Ponto.
  • FR
    08 jun, 2017 portugal 14:10
    Acho a indemnização desnecessária. Há muitos jovens com estágiozinhos a ganhar nada (quem sabe a serem professores) e nunca bateram em criancinha nenhuma. Não lhe tinha ficado mal não ter ganho nada durante uns mesinhos e depois regressar à atividade se não tinha sido assim tão grave.
  • Ah!...
    08 jun, 2017 Lis 12:37
    Numa escola privada?...
  • mendes
    08 jun, 2017 braga 12:20
    e assim vai a democracia deste pais-um professor e espulsso por dar uma chapada num aluno -um aluno nao e espulsso por agredir ofender e maltratar um professor -um policia e espulsso e presso por bater num individuo que nao acata a ordem que provoca que rouba e mata-o juiz que tenta prender ou punir um politico ou alguem da mafia e considerado e acusado de fascista um jornalista que fala contra o governo e fascista esta noticia me fez regressar aos meus 9 anos de idade quando na minha escola vi uma professora dar uma carga de porrada num amigo meu na altura eu fui contra a professora mas hoje digo que ela lhe devia ter dado muito mais porque ela apenas lhe deu aquilo que os pais nao lhe davam educacao
  • Portugued
    08 jun, 2017 Porto 12:12
    Andais a criar bandidos seus malditos políticos.
  • F.S.
    08 jun, 2017 Lisboa 11:49
    Três instâncias de tribunais, três decisões relativamente diferentes sobre os mesmos factos. Assim vai a Justiça, que também deveria ser monitorizada.

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