14 jun, 2017 - 01:27
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A candidatura de Lisboa a acolher a Agência Europeia do Medicamento (EMA) está condenada ao fracasso. A tese é de dois eurodeputados social-democratas que lançaram uma petição pública com o objectivo de convencer o Governo a optar por Porto ou Braga.
Paulo Rangel e José Manuel Fernandes acusam o Executivo de "tiques" centralistas ao propor Lisboa para ser a sede da Agência do Medicamento.
Em declarações à Renascença, Paulo Rangel lembra que a capital portuguesa já é sede de duas agências europeias - a da Droga e a da Segurança Marítima - pelo que são mínimas as possibilidades da candidatura ser aceite.
“Não há nenhuma cidade europeia, nenhuma, nem a maiores capitais, que tenha mais de duas agências. Isto é uma candidatura que tem muito poucas chances de alguma vez ser aceite.”
Paulo Rangel não compreende como é que o Governo quer “concentrar tudo em Lisboa”, quando Porto e Braga têm capacidade para receber a agência europeia, porque têm “uma faculdade de Medicina prestigiada, são sede da principal industria farmacêutica portuguesa, têm faculdade de Farmácia, no caso do Porto, de grande renome”.
O eurodeputado social-democrata acusa o primeiro-ministro, António Costa, de ainda “não ter despido o fato de presidente da Câmara de Lisboa”.
“O Governo português está com um tique centralista inaceitável e esta petição visa tentar alterar esta candidatura para o Porto ou Braga e para também mostrar aos portugueses que há um Governo que passa a vida a falar em descentralização, mas quando tem alguma hipótese de apresentar alguma candidatura séria o que faz é voltar, ainda e sempre, a concentrar tudo na capital. Isto é um tique centralista”, lamenta Paulo Rangel.
O primeiro-ministro enviou, na semana passada, uma carta ao presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, a explicar a candidatura de Lisboa a receber a Agência Europeia do Medicamento.
António Costa argumenta “ser factor de preferência a existência de Escola Europeia, que só Lisboa poderá vir a ter”.
Na carta a que a agência Lusa teve acesso, o primeiro-ministro diz ser “o primeiro a lamentar não ter sido possível candidatar o Porto porque muito gostaria de também, por esta via, contribuir para reforçar a crescente internacionalização da cidade”.