18 jun, 2017 - 12:34
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê que se repita o fenómeno de trovoada seca que no sábado terá dado origem ao terrível incêndio em Pedrógão Grande, que matou já 58 pessoas e deixou mais de meia centena feridos, alguns com gravidade.
A meteorologista Maria João Frada explica à Renascença que este fenómeno ocorre quando se formam nuvens de desenvolvimento vertical. “Baixos níveis de humidade e temperaturas elevadas podem levar a descargas eléctricas das nuvens de desenvolvimento vertical, mas sem precipitação.”
“A precipitação que eventualmente possa cair evapora-se antes de chegar ao solo”, descreve, dando lugar à trovoada seca que é uma ameaça particularmente grave em termos de incêndios.
As autoridades estão convencidas que foi precisamente um episódio de trovoada seca que deu origem ao incêndio de Pedrógão Grande e a Polícia Judiciária já descartou a possibilidade de ter havido mão criminosa, tendo mesmo localizado a árvore que foi atingida pelo raio.
Segundo a especialista do IPMA, a previsão para este domingo continua a ser de risco, com temperaturas altas e a possibilidade de repetição de trovoada seca em alguns pontos do país.
“Para hoje [domingo] vamos continuar com situação de tempo quente, temperaturas máximas bastante elevadas, mínimas também elevadas, na generalidade superiores 20 graus. Há ainda condições hoje e amanhã para aguaceiros e trovoadas, sobretudo no interior e em especial na parte da tarde e não podemos excluir que haja novamente trovada seca”, diz.
Lisboa, Santarém, Setúbal e Bragança estão sob aviso vermelho até às 21h00 deste domingo, uma situação de “risco extremo” para estes distritos, devido à previsão de tempo quente, informa o Instituto Português do Mar e da Atmosfera. O resto do país está sob aviso laranja, excepto o distrito de Faro, onde o risco é ligeiramente menor.
O número de pessoas que morreram no incêndio florestal que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, aumentou para 58, segundo o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes. Há a registar 54 feridos, dos quais oito são bombeiros.
As últimas informações dão conta de 150 famílias desalojadas.