19 jun, 2017 - 20:27
Um Boeing da companhia holandesa KLM reportou esta segunda-feira que um 'drone' "voou ao seu lado" a 1.200 metros de altitude, na zona do Farol do Bugio, no estuário do Rio Tejo, disseram à agência Lusa fontes aeronáuticas.
Este é o quinto incidente com 'drones' ocorrido este mês e o nono desde o início do ano.
A NAV Portugal, que é responsável pela gestão do tráfego aéreo, confirmou a ocorrência, acrescentando que irá notificar a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) e o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF).
O incidente ocorreu pelas 14h30, quando os pilotos do Boeing 737-800, com capacidade para 162 passageiros, se aperceberam de "um drone a voar ao lado", no momento em que o avião estava no corredor aéreo para rumar ao Aeroporto de Lisboa, sendo aquela zona igualmente utilizada para os aviões que aterram e descolam do Aeródromo de Cascais.
O regulamento da Autoridade Nacional de Aviação Civil proíbe o voo destes aparelhos a mais de 120 metros de altura e nas áreas de aproximação e descolagem de um aeroporto.
O GPIAAF anunciou no sábado passado a realização de um estudo de segurança devido aos recentes incidentes envolvendo a presença de 'drones' nas trajetórias de aviões.
"O GPIAAF decidiu iniciar a realização de um estudo de segurança com vista a caracterizar o histórico de ocorrências deste tipo no nosso país, analisar a eficácia da regulamentação nacional sobre esta matéria e comparar com as práticas que estão a ser utilizadas noutros países para a prevenção deste tipo de ocorrências, com vista à eventual emissão de recomendações às entidades relevantes", disse, nesse dia, à Lusa o diretor do GPIAAF.
Nelson Oliveira justificou a medida com "a frequência e características das recentes ocorrências envolvendo a presença de 'drones' na trajetória de aeronaves", ressalvando, contudo, que as ocorrências reportadas "constituem uma violação da regulamentação aplicável e um potencial ilícito de natureza criminal por parte dos seus responsáveis".
Na sexta-feira passada, um avião da Aero Vip, do Grupo Seven Air, foi obrigado a realizar uma manobra para evitar a colisão com um 'drone' a 300 metros de altitude quando estava em aproximação para aterrar no Aeródromo de Cascais, com 14 pessoas a bordo.
"Na aproximação à pista 35 de Cascais, vislumbrei um objecto que julguei ser uma ave. Ao aproximar-me, apercebi-me de que se tratava de um 'drone' de grandes dimensões, de quatro rotores. Tive de mergulhar, aumentar a razão da descida, para evitar a colisão com o 'drone', que passou a cerca de cinco metros acima da asa esquerda", relatou nesse dia o piloto à Lusa.
A 14 de Junho, um avião da TAP, com cerca de 130 passageiros, cruzou-se com um 'drone' a 700 metros de altitude, quando se preparava para aterrar no Aeroporto de Lisboa.
O Airbus 319, proveniente de Milão, Itália, "cruzou-se" com o 'drone' por volta das 21h00, no momento em que a aeronave estava à vertical da Ponte 25 de Abril, na zona de Alcântara, e a poucos minutos de aterrar no Aeroporto Humberto Delgado.
A 1 de Junho, um Boeing 737-800, da companhia TVF, France Soleil, grupo Air France/KLM, com cerca de 160 passageiros, teve de realizar várias manobras para evitar a colisão com um 'drone' a 450 metros, quando a aeronave se preparava para aterrar no aeroporto do Porto.