Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Ministra vai tirar "as devidas ilações" se comissão detectar falhas graves em Pedrógão

25 jun, 2017 - 09:39

Constança Urbano de Sousa afirma que a demissão seria "a solução mais fácil para si", mas defende que é preciso "ter também a coragem para enfrentar os problemas" e esclarecer o que se passou.

A+ / A-

Veja também:


A ministra da Administração Interna garante que tirará "as devidas ilações" caso a comissão de peritos independentes que vai investigar o incêndio de Pedrógão Grande conclua que houve falha dos serviços que tutela.

Em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, divulgada este domingo, Constança Urbano de Sousa, responde desta forma à pergunta se pensa demitir-se caso esta comissão, proposta pelo PSD e aceite pelo Governo, determinar que houve responsabilidades da tutela.

"Tiraremos as devidas ilações e eu tirarei naturalmente as devidas ilações. Agora, neste momento, eu acho que é muito prematuro estar aqui a seguir pelo caminho que é fácil, era o caminho mais fácil a seguir, ia satisfazer uma certa apetência que alguns têm pelo sangue, se quisermos. Mas ia resolver algum problema?", questiona a ministra.

Constança Urbano de Sousa afirma que a demissão seria "a solução mais fácil para si", mas defende que, "numa altura em que o país precisa de tantas respostas, em que o país necessita de regressar à normalidade", é preciso "ter também a coragem para enfrentar os problemas".

"Eu sei que o acontecimento foi trágico e a via mais fácil seria encontrar um culpado, resolvia-se o problema dizendo: pronto, a ministra demitiu-se e o problema está resolvido", mas é preciso "perceber perfeitamente aquilo que aconteceu".

"Infelizmente, nós não conseguimos por uma arte mágica sabê-lo de um momento para o outro, é necessário obter muita informação, é necessário analisá-la, é necessário cruzá-la e de muitas fontes, não é um processo simples e linear", sustenta.

Por outro lado, salienta, Portugal tem "um período muito difícil pela frente, a época de incêndios" e o sistema de protecção civil tem de funcionar para "enfrentar as duras batalhas" que podem acontecer nos próximos meses.

"Portanto isso [a demissão] seria estar neste momento também a fragilizar [a estrutura]", remata.

A ministra destaca também a investigação que já está a decorrer, nomeadamente um inquérito do Ministério Público, para averiguar a causa das 64 mortes e dos mais de 200 feridos nos incêndios de grandes dimensões que atingiram a região centro.

"É uma tragédia que temos que lamentar, com causas que têm que ser averiguadas. Temos de saber o que é que causou aquelas mortes, se houve negligência, se não houve. Portanto, é um processo que está neste momento em curso", frisa.

Paralelamente, adiantou: "Estamos a pedir muita informação e a coligir muita informação dispersa por várias entidades que operaram naquele terreno, de forma a podermos analisá-la, cruzá-la e tirar ilações que não sejam precipitadas. Isso é um trabalho que não se faz, infelizmente, de um dia para o outro".

Também é preciso perceber de "uma forma muito aprofundada", e de um ponto de vista científico, o fenómeno que causou o incêndio, disse a ministra.

Nesse sentido, o Governo apoia "incondicionalmente a constituição de uma comissão técnica especializada da Assembleia da República que, com transparência e independência" possa também dar "melhores respostas e boas respostas" sobre o que aconteceu.

"Essa resposta tem que ser dada de forma cabal e não pode ser dada de forma parcelar ou de forma intermitente. As coisas têm o seu tempo e não podemos estar aqui neste clima, se quisermos, de um processo de caça às bruxas para tentar encontrar culpados", defende.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Maria Foste
    25 jun, 2017 Lisboa 18:42
    Já pode começar a tirar hoje.Aqui ao lado em Espanha e perto do Algarve mal começou p fogo retiraram de perto do mesmo 2000 pessoas.E não é preciso dizer mais nada.

Destaques V+