26 jun, 2017 - 10:09
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Um dia depois de mais um incidente com um drone e um avião, o antigo presidente do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves diz que está na altura de mudar a lei.
“Está na altura de novamente alterar as categorias dos drones, obrigar ao seu registo por parte de quem adquire o drone, para que as entidades tenham conhecimento de quem adquiriu esses equipamentos, e obviamente começar a certificar os operadores, para que a autoridade tenha a intervenção, permitindo que esses pilotos sejam devidamente formados, tenham licença de voo e, aí sim, começar a haver um controlo muito mais apertado desse tipo de operadores”, afirma Álvaro Neves na Renascença.
“Enquanto isso não for possível, com toda a certeza vamos continuar a ter uma anarquia e a ter a aviação tripulada a conviver muito mal com a aviação não tripulada. Isso, de facto, não pode acontecer”, adverte.
Álvaro Neves, que é perito da Agência Europeia para a Segurança na Aviação, considera que existe cultura de incumprimento das “regras devidamente em vigor”, o que “leva a que o risco [das ocorrências de drones com aeroportos] seja potenciado”.
No último episódio, ocorrido no aeroporto de Lisboa no domingo, um piloto identificou um equipamento “com alguma envergadura” a 900 metros da asa direita. “Isso significa que a colidir ou entrar nas partes de uma aeronave tripulada – motores ou superfícies de voo – com certeza provocará danos graves à aeronave”, afirma.
Na opinião deste especialista, “poderemos estar a entrar numa fase crítica, em que a aviação tripulada estará em risco nas aproximações aos aeroportos nacionais, com tantas ocorrências seguidas sem que seja possível identificar esses operadores”.
O incidente com um drone no domingo foi o sexto do género este mês e o décimo desde o início do ano.