26 jun, 2017 - 08:13
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O presidente da Câmara de Pedrógão Grande disse que o único apoio psicológico que tem no terreno está a ser dado pelos fuzileiros da Marinha Portuguesa, que se vão manter no terreno até quarta-feira, pelo menos. “Mas penso que é capaz de não chegar”, desabafou Valdemar Alves.
“Neste momento, temos o apoio psicossocial dos fuzileiros que a Câmara, juntamente com a presidente da Comissão de Coordenação Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa, resolveu pedir. Os fuzileiros da Armada Portuguesa vão ficar até quarta-feira”, afirmou o autarca.
Valdemar Alves disse que estará na segunda-feira com o Presidente da República a quem pedirá para que a Marinha se mantenha no terreno durante mais tempo.
Adiantou ainda que visitou a localidade da Graça e do Nodeirinho, e sublinhou que as pessoas estão a precisar de apoio psicológico, na sequência do incêndio que deflagrou no dia 17 no concelho e que provocou a morte a 64 pessoas, além de mais de 200 feridos e danos avultados no território.
"O apoio [psicológico] não está garantido a longo prazo. Só em caso de catástrofe é que eles [psicólogos dos fuzileiros] avançam. Isto é uma situação que o Governo tem que rever, a função das Forças Armadas, porque está preparada para estas situações" disse.
O autarca reforçou a ideia de que precisa de psicólogos no terreno e acrescentou que vai falar também com o ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, "porque não se pode abandonar esta gente". "Tenho ouvido muita conversa de responsáveis, mas se algum pediu psicólogos, não sei. Fui eu que liguei logo duas ou três horas depois, porque vi a tragédia que íamos ter. Liguei para a Segurança Social, que avançou com algum apoio. Juntaram-se depois outros, voluntariamente, e agora já retiraram, porque não há fogo".
154 militares para segurança e apoio à população
A Marinha Portuguesa confirmou que destacou 154 militares para contribuir para a segurança e apoio imediatos às populações afectadas pelo incêndio que começou em Pedrógão Grande, assim como para a estabilidade psicológica, através de presença visível e apoio diversificado.
Este efectivo tem como tarefas proporcionar uma presença visível junto das populações afectadas e efectuar um levantamento georreferenciado, incluindo o Grupo Data Hora (GDH) dos eventos, da captação das fotografias das zonas ardidas e infra-estruturas destruídas.
Além disso, a Marinha tratará da identidade das pessoas afectadas (nome e idade, desde que seja obtido consentimento prévio), incluindo bens perdidos, doenças crónicas (hipertensão, diabetes, depressão, etc.), que requeiram ajuda mais premente.
“As matas e infra-estruturas ardidas devem ser devidamente fotografadas e marcadas as posições geográficas”, diz também a nota de imprensa.
A informação sublinha ainda que os militares têm ainda por missão distribuir bens de primeira necessidade pela população afectada e participar na colocação de lonas em edifícios que perderam os respectivos telhados.
O efetivo é composto por nove elementos do posto de comandos,96 da Força de Fuzileiros n.º 1 (FFZ1), oito no posto avançado de saúde, 24 na cozinha de campanha, cinco na manutenção, 10 do CIMIC ("Civil Military Cooperation"), um do Centro de Análise Operacional e também um Instituto Hidrográfico.