28 jun, 2017 - 15:53
O primeiro-ministro, António Costa, garante não ter introduzido alterações ao sistema de comunicações SIRESP quando tratou do assunto enquanto ministro da Administração Interna.
O chefe do Governo responde, assim, ao social-democrata Nuno Morais Sarmento que, em declarações à Renascença, sugeriu que António Costa terá alterado o que estava previsto no SIRESP, substituindo a referenciação via satélite por torres de comunicações.
“Tanto quanto sei – não o afirmo, eu faço perguntas sobre se é verdade ou não – o então ministro António Costa entendeu que [a existência de um satélite para as comunicações] não era a solução certa e entendeu fazer umas torrezinhas, que é o que parece que aconteceu, que não funcionaram e que são a razão da desfuncionalidade”, afirmou Sarmento.
Para Morais Sarmento, estas supostas alterações poderão ter comprometido o sistema de comunicações de emergência.
Em declarações aos jornalistas, esta quarta-feira, em Pedrógão Grande, o primeiro-ministro rejeitou estas acusações.
“Isso não é verdade, mas, de qualquer forma, a senhora ministra, perante as informações contraditórias sobre o sistema de comunicações, solicitou a um laboratório oficial, ao Instituto de Telecomunicações, uma avaliação global do que diz respeito ao funcionamento do SIRESP”, afirmou.
Perante a insistência dos jornalistas, António Costa disse que não foge aos assuntos: “Eu não empurro nada. Dou a cara e assumo as responsabilidades. Os debates que tinha que fazer há 11 anos, fiz há 11 anos. Hoje faço aquilo que me compete fazer”.
“Quanto ao que há a esclarecer, o desejo que eu tenho é que tudo possa ser esclarecido e o mais rápido possível”, sublinhou o primeiro-ministro.
Projecto-piloto de reordenamento da floresta vai avançar
No final da reunião com autarcas em Pedrógão Grande, António Costa anunciou que os sete concelhos afectados pelos incêndios que afectaram o interior da região Centro vão ser alvo de um projecto-piloto de reordenamento da floresta.
Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Pampilhosa da Serra, Góis, Penela e Sertã são os concelhos que vão acolher este projecto-piloto.
"A coisa pior que pode acontecer é que a floresta volte a crescer como estava. Todos hoje sabemos bem que deixar a floresta crescer livremente é criar condições para que ela seja combustível e que não seja aquilo que deve ser - uma fonte de riqueza e de valorização económica", disse o chefe do Governo.