28 jun, 2017 - 19:58
O eurodeputado Paulo Rangel defende que o melhor seria a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, apresentar a demissão para facilitar a investigação ao incêndio de Pedrógão Grande.
“As falhas do sistema eram já conhecidas. Não se percebe como não foram colmatas antes. É evidente que há uma responsabilidade política. Não sei como é que nós estamos a adiar. A ministra da Administração Interna continua a fazer de conta que nada se passou”, afirmou o social-democrata, à margem de um seminário, em Madrid, sobre segurança e defesa no sul da Europa.
Na opinião de Paulo Rangel, Constança Urbano de Sousa “facilitaria a capacidade de investigação, porque não estaria obstinada a defender uma posição insustentável”.
“Quando uma pessoa não se demite tem que provar que algo não falhou”, argumenta o eurodeputado.
“Ninguém está a dizer que ela tem alguma responsabilidade na morte de pessoas ou por alguma falha técnica, aqui ou ali. Ela tem sob a sua orientação a Autoridade Nacional de Protecção Civil, o SIRESP, a GNR, os bombeiros, no fundo tem sob a sua tutela todos os corpos que podem ter falhado”, frisa.
Paulo Rangel considera que, 11 dias depois do incêndio que provocou 64 mortos, ainda “não sabemos qual foi a sequência dos acontecimentos, quando começou a ignição, em que momento é que as pessoas foram para aquela estrada e morreram”.
“Não temos nenhuma informação. Estamos como estávamos no sábado, 17 de Junho, estamos até mais confusos”, lamenta.