29 jun, 2017 - 15:58
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O presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Joaquim Leitão, nega atrasos no socorro às vítimas do grande incêndio de Pedrogão Grande, avança o jornal “Expresso”.
Em carta enviada ao secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, citada pelo "Expresso", o presidente da ANPC rebate todas as acusações sobre atrasos na resposta aos pedidos de ajuda durante o fogo que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.
Joaquim Leitão garante que só às 21h12 de sábado, dia 17 de Junho, é que chegou à Protecção Civil a primeira informação da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI) a dar conta da queda de três estações do sistema de comunicações SIRESP: as da Serra da Lousã, Malhadas e Pampilhosa da Serra.
A situação "afectou as comunicações", mas nenhuma destas antenas era a de Pedrógão Grande, de acordo com a Protecção Civil.
Relativamente a este último, a comunicação à Autoridade Nacional de Protecção Civil só terá ocorrido às 23h21 de 17 de Junho.
A estação de Pedrógão Grande passou por sucessivas falhas desde pouco depois das 19h30 desse sábado, até ficar em modo local às 21h52, de acordo com os dados do SIRESP.
Perante estes dados, Joaquim Leitão escreve na carta que, "sendo a secretaria-geral da Administração Interna a gestora da rede SIRESP, a questão que se coloca é o motivo para a não comunicação atempada à ANPC desse facto e o porquê de, nessa altura (19h38) não terem sido accionadas as estações móveis para a região afectada".
Joaquim Leitão acrescenta que, apesar do “anteriormente referido”, às 20h55, a Protecção Civil teve conhecimento de que se verificavam falhas nas comunicações SIRESP na zona de Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos.
De imediato foram encetados contactos com o secretário-geral adjunto, Francisco Gomes, com o objectivo de serem mobilizadas as estações móveis para as zonas afectadas. O pedido formal foi enviado às 21h29.
A Protecção Civil alega que nunca poderia ter antecipado o pedido de activação da estação móvel, até porque não tem a possibilidade de monitorizar a rede SIRESP - competência da SGMAI - e, “por esse facto, desconhecer as falhas de comunicação nesta rede nos teatros de operações", não podendo "por si só, hipotecar as estações móveis que estão adstritas a outras entidades".
O responsável assegura que "a Protecção Civil actuou logo que teve informação no teatro de operações, mesmo antes de ter informação da Secretaria-Geral da Administração Interna".
MAI em silêncio
O Ministério da Administração Interna não comenta a carta do presidente da Protecção Civil, na qual Joaquim Leitão rebate todas as acusações sobre atrasos na resposta aos pedidos de ajuda no incêndio de Pedrogão Grande.
Contactado pela Renascença, o MAI lembra que as circunstâncias que envolveram a tragédia de Pedrogão estão ainda em investigação. Qualquer comentário só ocorrerá no momento em que estiverem concluídas as investigações e haja uma conclusão.