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Médicos acusam DGS de ter pessoas ligadas a associações antivacinas

30 jun, 2017 - 07:55

"É uma situação incompreensível”, diz o bastonário Miguel Guimarães. Importância da vacinação voltou a ser sublinhada após um surto de sarampo ter provocado a morte a uma jovem.

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Médicos acusam DGS de ter pessoas ligadas a associações antivacinas

A Ordem dos Médicos acusa a Direcção-Geral da Saúde (DGS) de ter a trabalhar pessoas ligadas a associações que são contra a vacinação quando este organismo tem a obrigação de defender a saúde pública e de recomendar fortemente as vacinas.

O bastonário Miguel Guimarães defende, aliás, que o Governo já devia ter apresentado queixa no Ministério Público contra associações que fazem publicidade contrária às vacinas, não compreendendo que a DGS albergue pessoas que pertencem a instituições daquelas.

“Está a acontecer um fenómeno sobre o qual o Governo nada está a fazer, que é a publicidade que está a ser feita sobre a questão da vacinação por algumas instituições. Não podemos aceitar que, por exemplo, a chamada Sociedade Portuguesa de Homeopatia passe a mensagem para os portugueses de que as vacinas são más. E estou a ser simpático, porque o que dizem sobre vacinas é absolutamente pavoroso”, afirmou à agência Lusa o bastonário dos Médicos.

Recentemente relançou-se em Portugal um debate sobre a importância da vacinação, depois de um surto de casos de sarampo, maioritariamente em pessoas não vacinadas, e que acabou por provocar a morte a uma jovem de 17 anos.

Miguel Guimarães insurge-se ainda contra o facto de “trabalharem na DGS pessoas que estão ligadas a este tipo de associações” que promovem a não vacinação: O “não é aceitável que no seio da DGS existam pessoas a trabalhar que promovem exactamente o contrário daquilo que a própria DGS promove”.

Parceria em causa?

“Isto é um sistema estranho. A DGS tem obrigação de defender a saúde pública e de recomendar fortemente determinado tipo de práticas, depois, por outro lado, tem a trabalhar no seu seio pessoas que têm posições completamente opostas. É uma situação incompreensível”, insiste.

A Ordem pode mesmo, “num futuro muito curto”, equacionar a parceria que tem com a DGS em relação à elaboração de normas de orientação clínica, recomendações que funcionam como instrumentos de apoio à decisão clínica.

O bastonário alerta que há pessoas que fazem campanha contra as vacinas e que haverá sempre uma faixa de população que “pode acreditar” nas afirmações que são feitas, “sem evidência ou base científica”.

O bastonário recorda que a Ordem pode actuar quando são médicos a pronunciarem-se, lembrando também que foram movidos “dois ou três” processos disciplinares a clínicos “que deixaram entender que as vacinas podiam estar associadas a autismo”.

Ainda assim, sobre a vacinação, o bastonário recordou que Portugal tem das taxas de vacinação mais elevadas da Europa e um Programa Nacional que “tem funcionado bem”, duvidando mesmo que seja necessário chegar a medidas que tornem as vacinas obrigatórias.

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