04 jul, 2017 - 18:32
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, voltou esta terça-feira a exigir "uma investigação total" no caso do furto de material militar nos paióis de Tancos, "doa a quem doer e não deixando ninguém imune".
O chefe de Estado reafirmou a necessidade de se apurarem "factos e responsabilidades", no caso do furto de diverso material militar nos paióis de Tancos, anunciado no quinta-feira pelo Exército.
"Pensando no prestígio de Portugal, no prestígio das Forças Armadas, pensando na autoridade do Estado e na segurança das pessoas, é muito simples: tem de se apurar tudo, de alto a baixo, até ao fim, doa a quem doer", disse Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta aos jornalistas, em Castanheira de Pera, distrito de Leiria, pouco antes de partir para Tancos, onde se reúne esta terça-feira com o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, e com os chefes do Estado-Maior General das Forças Armadas e do Exército.
"O que se exige neste caso é "uma investigação total, integral", não "deixando ninguém imune", vincou Marcelo Rebelo de Sousa que também o Comandante Supremo das Forças Armadas.
A visita à base de Tancos durou cerca de duas horas. No final, o Presidente da República voltou a falar aos jornalistas para dizer que foi "muito útil e importante em termos informativos".
"É completamente diferente ter a noção distante e outra coisa é vir ao terreno", declarou.
O Presidente da República quis "saudar a investigação em curso, os passos dados" e exprimir o seu apoio, lembrando que, "desde a primeira hora, disse que era fundamental levar a investigação até ao fim".
O Ministério Público está a investigar o furto de armas de guerra em Tancos. A Procuradoria Geral da República (PGR) revelou esta terça-feira que os factos já apurados levam a suspeitar que está em causa a prática dos crimes de associação criminosa, tráfico e terrorismo internacional.
De acordo com um comunicado da PGR divulgada esta terça-feira, o Ministério Público está a trabalhar com a Unidade Nacional contra o Terrorismo e Polícia Judiciária Militar.
Sobre os 12 militares e quatro empresários detidos esta terça-feira por suspeitas de corrupção, abuso de poder e falsificação de documentos, Marcelo Rebelo de Sousa optou por não comentar, frisando que o Presidente da República "respeita a tramitação da investigação da justiça".
Entre os detidos, estão um major-general, um coronel, um tenente-coronel e um major, suspeitos de suspeitos de participar num "esquema fraudulento que poderá ter lesado o Estado em cerca de 10 milhões de euros" relacionado com a sobrefacturação de bens e matérias-primas para a confeção de refeições nas messes da Força Aérea, explanou fonte da PJ.