Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

​Pedrógão Grande. IPMA diz que há 5% de hipótese de fogo ter origem num raio

05 jul, 2017 - 15:19

Instituto Português do Mar e da Atmosfera realizou conferência de imprensa para explicar conclusões do relatório ao incêndio na região centro.

A+ / A-

Veja também:


O relatório do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) sobre o incêndio de Pedrógão Grande revela que só há 5% de probabilidade de a ignição ter sido provocada por trovoada, como indicou inicialmente a Polícia Judiciária.

O IPMA realizou esta quarta-feira uma conferência de imprensa complementar ao relatório já conhecido, referindo, mais uma vez, que há uma probabilidade baixa de terem ocorrido descargas eléctricas (raios) na proximidade do local e na hora de início do incêndio de Pedrógão Grande.

"As descargas nuvem-solo que foram detectadas próximo do local do incêndio ocorreram às 17h37 horas, 18h53 e 20h54, sendo que as 14h43 são a hora de referência do início do incêndio", explicou o coordenador do estudo, Nuno Moreira.

Assim, o relatório sugere que há uma probabilidade baixa, no entanto não nula, de uma descarga nuvem-solo na proximidade do local do início do incêndio", acrescentou o técnico do IPMA.

A meteorologista Sandra Correia acrescentou que existe "uma margem de erro" e que "a rede poderá não ter apanhado alguma descarga", mas confirmou tudo indicar "que, mais perto do local, estas descargas só se verificaram a partir do meio da tarde até à noite".

"Não detectámos nenhuma descarga à hora do incêndio", frisou.

O meteorologista Paulo Silva sublinhou que "tendo em conta a actividade convectiva [instabilidade atmosférica] próximo da zona de Escalos Fundeiros [aldeia de Pedrógão Grande], permite concluir, segundo o radar, que a nuvem, nesse instante preciso, não tinha maturidade para produzir descarga nuvem-solo, logo teria sido posterior".

Duas activações compatíveis com 'downburst'

Em relação a um 'downburst' (um vento de grande intensidade e junto ao solo que, a partir de determinado ponto, sopra em linha recta em todas as direcções), Nuno Moreira referiu que "foi possível observar esse fenómeno por radar em várias regiões do alto Alentejo, mas que não foi detectado nenhum próximo do local do incêndio".

O 'downburst', adianta o IPMA, ajuda a explicar a agressividade do incêndio que destruiu 26 mil hectares e várias centenas de habitações, já que o fogo o pode incrementar.

"Identificou-se uma activação da pluma de incêndio e essa activação, sugerem os dados, pode ser devido ao 'downburst', mas que não é directamente observado", explicou Nuno Moreira, ressalvando que estes fenómenos de correntes descendentes são raros.

“O que foi possível observar, de acordo com as imagens de radar, foi a activação do incêndio em dois instantes independentes, antes das 20h00 e das 21h00. Essas duas activações, tendo em conta a análise anterior, se infere poderem estar relacionadas com a chegada de um ‘downburst’ à região do incêndio nessa altura. No entanto, a análise das imagens de radar não permite identificar, objectivamente, o ‘downburst’ a atingir as zonas do incêndio”, sublinhou Nuno Moreira.

No dia 17 de Junho, as estações meteorológicas de superfície também detectaram rajadas de vento de 80 quilómetros hora em Proença-a-Nova.

Os técnicos do IPMA referiram ainda que, por volta da 19h25, foi detectada uma primeira activação da pluma de incêndio e que esta, repentinamente, passou para os 20 quilómetros.

No documento, enviado ao primeiro-ministro, é explicado que o incêndio de Pedrógão "deflagrou e desenvolveu-se num quadro meteorológico caracterizado por uma situação de calor e secura extrema, instabilidade atmosférica com ocorrência de trovoadas, sem precipitação na região e rajadas intensas de vento".

O incêndio que deflagrou em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, alastrou a Figueiró dos Vinhos e a Castanheira de Pera.

As chamas chegaram ainda aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e por Penela.

Este fogo, juntamente com outro que deflagrou no mesmo dia em Góis, que alastrou a Arganil e Pampilhosa, terão afectado aproximadamente 500 habitações, 169 de primeira habitação, 205 de segunda e 117 já devolutas.

Quase 50 empresas foram também afectadas, assim como os empregos de 372 pessoas.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • António Valente
    08 jul, 2017 SINTRA 17:00
    O comandante operacional da ANPC, sr. Rui Esteves, disse à comunicação social que a origem do incêndio de Pedrógão se deveu muito à ás condições climatéricas impostas pela MÃE NATUREZA nesse caso particular em que morreram 64 pessoas.Só espero é que nos próximos incêndios a MÃE NATUREZA não apareça por lá
  • André Reis
    06 jul, 2017 Vila Nova Famalicão 14:04
    É mais fácil acreditar no Zé mentiroso no que no IPMA, não acertam uma. Deverá ser por ventura dos institutos mais incompetentes que temos em Portugal. Eu acredito mais no povo, em que houve relatos que quando começou o fogo antes teria havido descargas eléctricas. O IPMA raramente acerta nos casos difíceis, infelizmente já passei por um caso, e não havia nenhum alerta do IPMA, não morreu gente por sorte.
  • COSTA DEMAGOGO
    05 jul, 2017 Lx 17:00
    Mas os xuxas pantomineiros e aldrabilhas não haviam dito que tudo tinha acontecido pelo raio e mostraram uma árvore.Até o Diretor Nacional da PJ confirmou numa atitude de subserviência o que disseram os socialistas de serviço...É só rir e depois admirem-se que Portugal seja gozado com esta história e com a história de Tancos....Chamem a polícia e peçam ao kamarada Costa que regresse das suas férias e banhos de sol pois pensa que está poupuado à crítica... Um rato de porão uma vez que foge enquanto o país precuisava de alguém que liderasse...Um artista e um vendedor de ilusões e da banha da cobra este kamarada Costa que ainda está de férias...

Destaques V+