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​Acusação diz que agentes da PSP de Alfragide tiveram prazer em causar sofrimento

12 jul, 2017 - 13:40

MP diz que agentes espancaram, foram racistas e torturaram jovens que nada fizeram contra os elementos da polícia.

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O Ministério Público considera que 18 polícias da esquadra de Alfragide agiram com ódio racial, de forma desumana, cruel e tiveram prazer em causar sofrimento no caso que envolveu vários jovens da Cova da Moura em 2015.

Segundo a acusação, a que agência Lusa teve acesso, o Ministério Público (MP) defende que os 18 elementos da PSP sabiam que a sua conduta era censurável, proibida e punida por lei e agiram de forma livre, voluntária e consciente contra os seis jovens.

Os 18 elementos da PSP estão acusados por denúncia caluniosa, injúria, ofensa à integridade física e falsidade de testemunho, num caso que remonta a 5 de Fevereiro de 2015 e que envolveu agressões a jovens da Cova da Moura na esquadra de Alfragide, concelho da Amadora.

Estes polícias da Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial da Amadora estão igualmente acusados de outros tratamentos cruéis e degradantes ou desumanos e sequestro agravado e falsificação de documento.

A acusação defende que os elementos da PSP espancaram, ofenderam a integridade física e trataram de forma vexatória, humilhante e degradante as seis vítimas, além de incitarem à discriminação, ao ódio e à violência por causa da raça.

Na altura dos acontecimentos, a PSP relatou que um grupo de cerca de 10 jovens tentou invadir a esquadra, na sequência da detenção de um jovem que atirou uma pedra contra uma carrinha policial, tendo depois os restantes jovens, com idades entre os 23 e 25 anos, tentado invadir a esquadra.

Foram detidos cinco elementos do grupo de jovens e os restantes fugiram.

O MP contesta a versão da PSP, referindo que não foram os habitantes da Cova da Moura, nem os jovens detidos, que arremessaram qualquer pedra ou objecto contra a viatura ou contra os agentes.

A acusação alega que os seis jovens se dirigiram à esquadra de Alfragide para falarem com o polícia responsável, não tendo existido qualquer tentativa de se introduzirem à força nas instalações policiais.

Os polícias sabiam que não podiam deter ou prender como fizeram aos seis jovens ofendidos por não haver fundamento legal da prática de crime, tendo abusado da autoridade e da função policial, alega o MP.

São descritas várias frases xenófobas e racistas alegadamente ditas pelos arguidos durante o período de detenção dos jovens nas esquadras de Alfragide e da Damaia, bem como no trajecto para o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, onde pernoitaram "deitados no chão e algemados com as mãos deitados nas costas".

No decorrer da investigação, mais dois agentes da esquadra de Alfragide foram constituídos arguidos, mas o processo foi arquivado por inexistência de provas.

O MP recorre ao relatório da Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI), que coloca em causa as versões dos agentes que elaboraram os autos de notícia e mesmo as lesões sofridas por um dos polícias.

Segundo a IGAI, as versões dos polícias envolvidos no caso sobre o arremesso de pedras à esquadra não são sustentáveis.

À margem da acusação judicial, cabe agora ao director nacional da PSP, segundo o regulamento disciplinar, determinar a suspensão de funções dos agentes arguidos, uma vez que este estabelece que um polícia acusado de um crime com uma moldura penal igual ou superior a três anos pode ser suspenso e perder um sexto da remuneração mensal base.

Comentários
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  • Anónimo
    22 mai, 2018 13:38
    É este tipo de escumalha que é suposto "proteger e servir"? Não, obrigado.
  • Bela
    13 jul, 2017 Coimbra 00:19
    Haja Deus! Os que se dizem vitimas constantemente vitimasde racismo, são os primeiros a descriminar. Infelizmente tenho na família um caso desses.
  • Filipe
    12 jul, 2017 évora 18:35
    Só descobriram estes agentes ? Então e aqueles outros que todos vemos na TVI SOS em Direto , com motas a deitaram ao chão e batendo com a cabeça no lancil dos passeios , gente doente , contaminada pelos traficantes de droga e apenas pessoas sem ajuda médica , que todos os dias compram droga para satisfazer a adição e apenas para os revistarem sem que ofereçam resistência os deitam para o chão tal como a GESTAPO do HITLER fazia aos judeus , e esses passam impunes ? Certo e sabido que as forças de segurança em Portugal e se somarmos todas as condenações de agentes que esfregam nas mulheres que tem em casa , agentes que participam em associações criminosas , agentes que aderem à corrupção , agentes que praticaram homicídios ... etc ... etc , e falo aqui de altas patentes , então só me resta agradecer aos resultados que a Amnistia Internacional tem aferido de Portugal , bem haja . Para existir um país com regras cumpridas não precisamos desses agentes e outros que estarão hoje a rirem de não se terem ainda sentado junto de um tribunal .
  • Manuel
    12 jul, 2017 Lisboa 16:16
    Coitados dos moços. Rapazinhos tão sossegados. Moços que são um exemplo para a nossa juventude a serem sovados desta maneira. O Marcelo, homem dos afectos, tem que os ir visitar. Marcelo leva-lhes um chupa-chupa tipo canivete.
  • Para refletir...
    12 jul, 2017 Almada 16:08
    É possível que a PSP não tenha estado bem, mas eu pergunto se não haverá outro poderes que têm comportamentos idênticos? Por exemplo, a diversão e a censura que existe nos media, não deve ser para nos ajudar! Por isso existe a frase "Quem nos guarda dos guardas?", não sei se perceberam mais está entre aspas!
  • oraaíestá!
    12 jul, 2017 dooutrolado 14:02
    Que se apure a verdade e sejam punidos quem deve ser punido. Os policias não têm o direito de discriminar, humilhar e torturar quem nada fez para merecer tal castigo. Pelos vistos já muitos têm dado provas de servirem mais para espancar do que para salvaguardar a segurança. Uma tristeza!

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