17 jul, 2017 - 08:27
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Um mês depois do incêndio que atingiu Pedrógão Grande, o Presidente da República lembra sobretudo os mais atingidos pelas chamas.
A partir do México, onde se encontra para uma visita de estado de 48 horas, Marcelo Rebelo de Sousa não quis comentar polémicas em torno de novas falhas no SIRESP, agora durante o combate às chamas em Alijó.
"Embora distante, tenho o meu pensamento na tragédia que ocorreu, as vítimas da tragédia, os seus familiares, os feridos ainda hospitalizados, os muitos que lutaram contra o fogo e os muitíssimos que manifestaram solidariedade", disse aos jornalistas.
Os incêndios de Junho iniciados em Pedrógão Grande provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos e consumiram mais de 53 mil hectares. As chamas afectaram aproximadamente 500 habitações, quase 50 empresas e os empregos de 372 pessoas.
Os prejuízos directos ascendem a 193,3 milhões de euros, estimando-se em 303,5 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.
PR pede resposta rápida sobre responsabilidades
Numa nota colocada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa “agradece as sugestões, opiniões, palavras de solidariedade e votos de pesar que lhe foram dirigidos pelos Portugueses” e apela ao apuramento rápido de responsabilidades.
“Depois de termos vivido uma dor sem medida perante uma tragédia quase sem precedente na história do Portugal Democrático, aguardamos pela resposta rápida e exaustiva às interrogações sobre factos e responsabilidades”, lê-se.
Mas, ao mesmo tempo, prossegue Marcelo Rebelo de Sousa, deve-se “louvar o espírito nacional de entreajuda e de reconstrução, que muito tem contribuído para que seja mais rápida a recuperação das pessoas e comunidades atingidas pela tragédia”, referindo-se aos donativos conseguidos, no valor de 13,3 milhões de euros.
“Tudo com a visão nacional, sempre demonstrada pela nossa pátria, ao longo dos séculos, perante as adversidades mais pesadas e complexas”, concluiu o Presidente, que se encontra no México em visita de Estado.
Com esta visita de Estado de dois dias, o Governo pretende ultrapassar reservas do executivo e das empresas mexicanas depois da reversão da subconcessão dos transportes públicos do Porto, que chegou a ser estregue à empresa mexicana Alsa. Um episódio que, nas palavras do próprio Marcelo, deixou “feridas” na relação entre os dois países.
Ao que a Renascença sabe, o Governo de António Costa – que decidiu a reversão dessa concessão que tinha sido decidida pelo executivo de Passos Coelho – fez grande questão nesta visita de Marcelo Rebelo de Sousa.