17 jul, 2017 - 13:32
O Presidente da República reiterou esta segunda-feira a exigência de apuramento da verdade quanto ao incêndio de Pedrógão Grande que fez 64 mortos, lembrando que “os poderes públicos não corresponderam às expectativas” dos portugueses.
“Sessenta e quatro mortos interpelam-nos, exigindo verdade, convergência e reconstrução, com a humildade de assumirmos que os poderes públicos não corresponderam às expectativas neles depositadas”, acentua Marcelo Rebelo de Sousa numa mensagem colocada no “site” da Presidência por ocasião do 30.º dia da tragédia.
O chefe de Estado já tinha colocado esta segunda-feira de manhã uma mensagem para agradecer a solidariedade dos portugueses após os incêndios na região Centro, que fizeram 64 mortos e 250 feridos, mas optou depois por autonomizar o agradecimento e colocar um outro texto na página para relembrar a exigência do apuramento dos factos.
“Um mês depois da tragédia, evocando respeitosamente as vítimas, acompanhando a dor dos seus familiares, agradecendo o heroísmo anónimo dos que combateram o fogo e dos que testemunharam e testemunham solidariedade, relembro a exigência de apuramento total de factos e de responsabilidades, e de reconstrução imediata, em clima de trégua eleitoral local, aliás à medida da ilimitada generosidade do povo português”, sublinha.
No texto de agradecimento, ligeiramente alterado relativamente à versão inicial, Marcelo volta a agradecer as manifestações de solidariedade e pesar que lhe foram endereçadas.
“O Presidente da República agradece as sugestões, opiniões, palavras de solidariedade e votos de pesar que lhe foram dirigidos pelos Portugueses na sequência dos incêndios na região centro de Portugal e, em particular da tragédia de 17 de Junho, faz hoje um mês”, lê-se no texto agora autonomizado.
Os incêndios de Junho iniciados em Pedrógão Grande provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos e consumiram mais de 53 mil hectares.
Os fogos da região Centro afectaram aproximadamente 500 habitações, quase 50 empresas e os empregos de 372 pessoas.
Os prejuízos directos dos incêndios ascendem a 193,3 milhões de euros, estimando-se em 303,5 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.