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Novo aeroporto. Saída do Montijo vai custar 130 milhões à Força Aérea

18 jul, 2017 - 17:00

A Força Aérea entregou no Ministério da Defesa uma explicação de todas as consequências do uso civil e militar da base aérea do Montijo.

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O chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Manuel Teixeira Rolo, estimou esta terça-feira que se vão gastar 130 milhões de euros na deslocalização da actividade militar no Montijo, para transformar a base área no aeroporto complementar de Lisboa.

"Diria que [a deslocalização] teria que acontecer nos próximos cinco anos. Quando o Montijo estiver a operar em pleno, perto dos 18 movimentos por hora, a Força Aérea já tem que estar nas suas bases", explicou Manuel Teixeira Rolo, à margem de uma conferência sobre o novo aeroporto, na Assembleia da República.

Segundo a sua proposta, a Força Aérea pretende que as “obras acontecessem em simultâneo: enquanto se está a construir a infraestrutura civil, estar-se-ia a construir a infra-estrutura militar e a renovação das infraestruturas em outras bases”.

Aos jornalistas, o militar precisou estarem em causa dois custos diferentes: “Há os custos da deslocalização para outras unidades para o cumprimento da sua missão, o que ronda os 130 milhões de euros, e depois há os custos da deslocalização do campo de tiro [de Alcochete], de uma cifra mais significativa, na ordem dos 240 milhões de euros, mas que não se antecipa que tenha de ser feito já”.

Os 240 milhões podem ser desembolsados "para lá de 2023/2024". Manuel Teixeira Rolo acrescentou que será possível compatibilizar a actividade da Força Área com o uso do campo de tiro "com a ajuda da Navegação Aérea de Portugal (NAV)", já que é necessário desviar o tráfego aéreo civil, para "salvaguardar os períodos de tiro mais específico".

"Quando houver os 24 movimentos [de aviões por hora] será praticamente impossível" compatibilizar os voos civis e com a actividade militar, disse o chefe do Estado-Maior da Força Aérea.

Na sua proposta, a Força Aérea explicita "todos os constrangimentos" face ao aumento do número de aviões por hora. Conclui que se tem de "encontrar soluções de forma mais rápida". Manuel Teixeira Rolo adiantou que a "Força Aérea tem que sair mais cedo do que eventualmente poderia ter pensado".

Manuel Teixeira Rolo referiu ainda que as compensações à NATO estão já cifradas. Se houver uma deslocalização da Força Área para Tancos, as despesas "relacionadas com as infra-estruturas acomodam essa circunstância".
"Temos é de continuar a disponibilizar à NATO um espaço para eles continuarem a operar e para se continuar a assegurar os compromissos que estão assumidos pelo Estado", afirmou.

A parte dos custos terá "agora de ser pensada", disse o chefe do Estado-Maior, como é "que os custos adicionais, subordinados à deslocalização da Força Aérea, serão suportados".

A proposta da Força Aérea foi entregue ao Ministério da Defesa sem qualquer objecção à reactivação de Tancos e com a coordenação do Exército. "Dentro da área da Defesa Nacional, o assunto está resolvido", garantiu Manuel Teixeira Rolo.
Depois da sua intervenção na conferência parlamentar, o ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, garantiu que da parte da Força Aérea o "trabalho está muito avançado". Foi feito um "estudo sobre as condições para manterem a operacionalidade de forma adequada e partilharem aquela infraestrutura com a utilização civil", disse.
"Este trabalho foi feito com muito rigor e foi de encontro com o trabalho realizado em 2016, de como poderíamos partilhar a infra-estrutura militar e civil. Nesse sentido, demos mais um passo muito importante para a realização desta solução", afirmou Pedro Marques.
Em Fevereiro, o Governo e a Aeroportos de Portugal (ANA) assinaram um memorando para aprofundar o estudo sobre a transformação da base aérea do Montijo no aeroporto complementar de Lisboa.
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