19 jul, 2017 - 16:24
O país dispõe a partir desta quarta-feira de um Plano de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca.
O Plano foi aprovado na primeira reunião da comissão de carácter interministerial, cuja missão era identificar os problemas e acompanhar a evolução da actual situação da seca em Portugal continental.
O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, referiu no fim da reunião que 16 albufeiras estão com menos de 40% da sua capacidade, em Junho eram apenas 14.
Além de João Matos Fernandes, participaram na reunião os ministros da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos; do Mar, Ana Paula Vitorino, e o ministro-Adjunto, Eduardo Cabrita.
João Matos Fernandes acrescentou que a seca em Portugal é uma situação preocupante e heterogénea, já que no Norte litoral há bacias hidrográficas com um nível de armazenamento de água superior ao que é comum nesta época do ano.
Mas, o problema coloca-se no Sul, sublinhou, nomeadamente na bacia do Sado. "Sendo uma situação preocupante, é uma preocupação com solução", mas ainda se está a "tempo de tomar um conjunto de medidas", afirmou. Apesar da situação no Sado se ter agravado, o ministro do Ambiente garantiu que o consumo de água está "absolutamente salvaguardado".
João Matos Fernandes acredita que a aprovação do Plano deixa "clara a hierarquia de usos" da água. Depois do consumo humano, há que se dar de beber aos animais, seguido das regas agrícolas e das lavagens urbanas, fontanários e viaturas.
O ministro do Ambiente afirmou também que o preço da água não vai aumentar. O valor a pagar aos municípios vai-se manter neste e nos próximos Verões.
A única despesa que se está a ter com o fenómeno da seca é a contratação de uma pré-reserva, destinada a camiões cisterna que irão levar água aos sistemas mais isolados. Esta contratação ronda o meio milhão de euros. Os camiões ainda não foram utilizados e podem vir a não ser necessários, disse João Matos Fernandes.
João Matos Fernandes referiu ainda que 2017 é o pior ano desde 1995, relativamente à disponibilidade real da água, mas acrescentou que a quantidade de reservas de água que existia há 22 anos atrás não se compara à de hoje. "As reservas de água que hoje existem fazem com que este ano seja muito menos preocupante do que 1995", considerou.