20 jul, 2017 - 15:19
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, classificou, esta quinta-feira, o protesto dos enfermeiros especialistas como irresponsável e fora do quadro legal, afirmando que é baseado na “criação de alarme social”.
No final da reunião de Conselho de Ministros, Adalberto Campos Fernandes foi questionado sobre o protesto dos enfermeiros especialistas, que está a paralisar blocos de parto, reiterando que a forma como protestam é condenável do ponto de vista ético e deontológico.
“O Governo tudo fará para que a salvaguarda das condições clínicas seja mantida e não pactuará com comportamentos irresponsáveis e incentivados irresponsavelmente fora do quadro legal”, declarou Campos Fernandes.
Os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica estão, desde o início do mês, em protesto contra o não pagamento dos seus serviços especializados, assegurando apenas cuidados indiferenciados de enfermagem. O Ministério da Saúde pediu já um parecer urgente ao conselho consultivo da Procuradoria-geral da República (PGR) sobre a legalidade deste protesto dos enfermeiros, mas até ao momento ainda não o recebeu.
O ministro da Saúde disse esperar ter acesso a esse parecer da PGR até sexta-feira, reiterando que o protesto dos enfermeiros não é uma greve.
“Não estamos perante uma greve, estamos perante um protesto desorganizado e perante uma atitude que ética e deontologicamente é condenável, que está a ser baseada na criação de alarme social e de inquietação de um grupo muito vulnerável de cidadãos”, declarou.
O protesto dos enfermeiros tem paralisado alguns blocos de partos e há grávidas transferidas para outros hospitais ou maternidades diferentes daqueles onde eram seguidas.
O ministro da Saúde salientou também que o Governo faz uma distinção entre o que são “expectativas legítimas” dos profissionais e aquilo que são “atitudes intempestivas e intoleráveis do ponto de vista político”.
A esse propósito, acrescentou que o Ministério da Saúde continua a discutir com os sindicatos que representam os enfermeiros, num processo negocial normal, depois de o Governo ter já reconhecido que a compensação financeira aos enfermeiros especialistas é legítima. Uma decisão definitiva sobre a matéria foi remetida para Setembro.