26 jul, 2017 - 19:31
O primeiro-ministro, António Costa, apela aos portugueses para terem "particular cuidado com todos os comportamentos de risco" que possam causar incêndios e elogia o trabalho de todos os que estão a combater os fogos.
“Como temos a noção que vão voltar a acontecer [incêndios de grande dimensão], temos que ter cuidados acrescidos com comportamentos negligentes” e em relação aos incendiários, afirmou o chefe do Governo falava no final de uma reunião de duas horas na sede da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), em Carnaxide.
António Costa deixou uma palavra de alerta porque, além dos
riscos estruturais, “com floresta em abandono”, cheias de material inflamável, “este
ano temos condições particularmente adversas”, nomeadamente a seca.
“Temos 72,3% do território em seca severa e mais 7% em
seca extrema. 80% do país está em situação de elevado risco, com material combustível que facilmente
pode entrar em ignição e temos condições meteorológicas de vento e baixa humidade que podem facilitar a propagação das chamas", sublinhou.
Esta situação "impõe também às forças de segurança redobrado esforço na
prevenção vigilância de incendiários e investigações de fogo posto. Implica a
todo o dispositivo uma pré-disposição para uma situação de elevado risco que se irá
prolongar até ao Outono", avisou o primeiro-ministro.
António Costa fez questão de deixar uma “palavra de alento” às populações, bombeiros e
Protecção Civil, que nas últimas semanas têm enfrentado milhares de incêndios.
“Deixo uma palavra de confiança porque todos nós vamos recebendo notícia de situações que ganham dimensão trágica e que acabam por merecer destaque no noticiário. Mas essas situações não podem esconder a prestação extraordinária dos que enfrentam estas ameaças.”
"Das 88 ocorrências de hoje, 77 foram controladas nos primeiros 90 minutos. Desde 1 de Junho, já tivemos 2007 ocorrências e 81% foram controladas em 90 minutos. Temos bem a noção de como o sistema de Protecção Civil e combate a incêndios tem tido uma resposta que permite controlar as situações nos primeiros 90 minutos”, frisou.
Questionado sobre as queixas de falta de meios em alguns fogos, António Costa defendeu a competência dos responsáveis pela Protecção Civil e dos bombeiros. "Há motivos para confiar no dispositivo que Portugal dispõe", "temos que ter confiança nos que desempenham esta missão", rematou o primeiro-ministro.