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Investigador de incêndios. É preciso melhorar a comunicação para reconquistar a confiança das populações

28 jul, 2017 - 09:21

Conclusão preliminar do estudo encomendado pelo Ministério da Administração Interna diz que as mortes em Pedrógão poderiam ter sido evitadas se vítimas tivessem ficado em casa.

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É preciso apostar numa melhor comunicação entre as autoridades e as populações afectadas pelos incêndios. Esta é uma das conclusões preliminares da equipa do Centro de Estudo sobre Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra, que está a fazer um estudo a pedido pelo Ministério da Administração Interna, que só deverá estar concluído em Outubro.

"Há necessidade de uma maior e melhor comunicação entre as autoridades e a população, porque as pessoas não estão preparadas para enfrentar, quer psicologicamente quer fisicamente, este tipo de incêndios muitos graves – como foi o de Pedrógão. É preciso que as pessoas retomem a confiança nas autoridades e nas forças de Protecção Civil que estão a fazer o máximo para lhes dar segurança", avançou à Renascença o professor Xavier Viegas, que está a coordenar o estudo.

Outra das conclusões relativas à tragédia de Pedrógão Grande é que se os habitantes tivessem ficado em casa, as hipóteses de sobrevivência eram maiores.

"De um modo geral as casas são seguras. As pessoas que estiverem nas suas habitações é melhor não fugirem à última hora para a estrada" aquando de um incêndio, alertou.

Além disso, se quiserem salvaguardar a sua habitação a melhor solução é ficar. "Temos verificado que aquilo que acaba por destruir a casa são focos caem perto ou mesmo em cima dela e que passado um pouco, já depois da passagem do incêndio, é que vão causar as chamas. Mas se existirem pessoas perto podem atacar esses focos no arranque".

Pedrógão, um mês depois. Sobreviver depois de perder quase tudo
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Dois grandes incêndios começaram no dia 17 de Junho em Pedrógão Grande e Góis, tendo o primeiro provocado 64 mortos e mais de 200 feridos e só foram extintos uma semana depois.

Estes fogos terão afectado aproximadamente 500 imóveis, dos quais mais de 200 eram casas de primeira habitação.

A Procuradoria-Geral da República invocou a tranquilidade pública para divulgar a lista oficial de mortos do incêndio de Pedrógão, algo que segunda-feira garantia não poder fazer por se encontrar em segredo de justiça. A lista mantém o número oficial de 64 mortos directos.

Das vítimas do incêndio, pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236.1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas.

Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.

Comentários
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  • Há cada Zé
    28 jul, 2017 port 13:41
    e cada americo (não anónimo em Leiria), a comentarem, que é um espanto! Para sabichões e comentadores de bancada não existem melhores! Leitores de correios manhosos!...
  • Esta melhoria
    28 jul, 2017 lis 13:35
    da comunicação deve ser extensível à vergonhosa prestação da comunicação social com a transmissão e relato dos incêndios! Não escapa um órgão dos media! Informar bem, não é mostrar a desgraça e a tragédia através da parte sentimental das pessoas!
  • José
    28 jul, 2017 Braga 11:09
    Haja paciência, então...”Conclusão preliminar do estudo encomendado pelo Ministério da Administração Interna diz que as mortes em Pedrógão poderiam ter sido evitadas se vítimas tivessem ficado em casa”... Se não habitassem naquele lugar, e estivessem a residir em Marte certamente nada lhes sucedia. Sem dúvida, muito interessante... Então, para que que servem os organismos do Estado, não é para proteger e defender o cidadão !!! Ou só servem para cobrar impostos...Francamente!!!
  • sacana
    28 jul, 2017 f.algodres 11:04
    Com papas e bolos se enganam os tolos! Já agora porque não pões uma pipa de vinho e umas caixas de sardinha e broa para a malta se embebedar, acompanhados de gaiteiros e gaitas de foles e podes ter a certeza que a carneirada vai logo dizer que és um gajo porreiro. Já agora tenho que dizer AOS XICOS ESPERTOS QUE FIZERAM O ESTUDO ENCOMENDADO PELO M.DA AD. INTERNA, que se todos ficarmos em casa, não vamos a lado nenhum e estamos sujeitos a morrer de algum acidente de AVIAÇÃO, avião que nos caia em cima da casa, ou quem sabe, de alguma APARAQUEDAS COM ALGUMA COISA A ARDER QUE NOS CAIA EM CIMA ! ESTES ESTUDIOSOS AO SERVIÇO DO M. AD. INTERNA E OUTROS , não passam de uns SACANAS MALABARISTAS.
  • Americo
    28 jul, 2017 Leiria 10:56
    Mas o mais arrepiante é constatar que, mesmo sem lápis azul, tem um coro de fanáticos, hipócritas e desonestos para quem as vítimas não passam de um estorvo para as narrativas que cantam. Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/opiniao/colunistas/leonardo-ralha/detalhe/estorvos-na-narrativa?ref=HP_CaixaOpiniaoPequena
  • Artur Oliveira
    28 jul, 2017 Vila Nova de Gaia 10:46
    Falta acrescentar que é necessário e fundamental, o governo (seja qual for) apostar mais na prevenção dos incêndios, algo que nunca se fez nos últimos 20 anos; a detecção precoce dos incêndios pode evitar muitas tragédias.

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