09 ago, 2017 - 10:26
O Conselho Superior da Magistratura vai abrir inquérito sobre a alegada relação entre o juiz que “chumbou” a candidatura de Isaltino Morais à Câmara de Oeiras e o candidato Paulo Vistas.
Uma nota daquela entidade refere que foi determinada "a abertura de um inquérito para cabal apuramento da situação".
De acordo com o Isaltino Morais, que já foi presidente daquela câmara, a imparcialidade do juiz para apreciar a sua candidatura é posta em causa pelo facto de este ser padrinho de casamento de Paulo Vistas.
Paulo Vistas foi seu vice-presidente e venceu as últimas eleições autárquicas de 2013 pelo movimento "Isaltino, Oeiras Mais À Frente". O actual presidente da Câmara "abandonou" Isaltino e vai recandidatar-se nas próximas eleições pelo movimento "Independentes, Oeiras Mais À Frente".
A parcialidade do magistrado foi questionada após o Tribunal de Oeiras ter rejeitado a sua candidatura à Câmara de Oeiras por considerar que as assinaturas que foram apresentadas pelo seu movimento não estão devidamente identificadas. Em declarações aos jornalistas, Isaltino garantiu que “respeitou escrupulosamente a lei ao mais ínfimo pormenor” e disse não acreditar que o juiz esteja a favorecer o adversário.
"Estranhamos que esta candidatura seja rejeitada cumprindo nós escrupulosamente a lei e sabendo também que a candidatura do grupo de cidadãos Paulo Vistas - Oeiras Mais à Frente recolheu assinaturas sem ter presente as listas de candidatos".
"Não queremos crer que esta rejeição possa ter sido influenciada por relações de amizade ou familiares que ligam o senhor juiz Nuno Cardoso ao candidato Paulo Vistas", afirmou Isaltino Morais. "Julgo que o actual presidente da Câmara é padrinho de casamento do juiz", assinalou.
"Queremos acreditar que Portugal é um Estado de Direito", sublinhou.