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GNR não encaminhou qualquer viatura para a "estrada da morte", diz ministra

09 ago, 2017 - 18:37

Declarações de Constança Urbano de Sousa contrariam resposta do comandante-geral da GNR a perguntas colocadas pelo primeiro-ministro logo após a tragédia de Pedrógão Grande.

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A GNR não encaminhou automobilistas para estrada nacional 236-1 durante o incêndio em Pedrógão Grande, ao contrário do que tem sido referido, afirma a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.

“Do inquérito da GNR não resulta que qualquer elemento desta força de segurança tenha encaminhado qualquer viatura para esta via”, disse esta quarta-feira a governante em conferência de imprensa.

Esta informação contraria a resposta enviada ao primeiro-ministro, António Costa, poucos dias depois da tragédia de Pedrógão Grande, em que o comandante-geral da GNR, Manuel Couto, assumiu que a EN 236-1 foi indicada como alternativa aos automobilistas durante o incêndio que deflagrou a 17 de Junho.

O relatório final da GNR e o parecer do inspector da Guarda, revelados esta quarta-feira no site do Governo, refere que “não se provou que qualquer militar da Guarda, envolvido nas operações de apoio ao combate aos incêndios, tenha indicado a EN 236-1 como itinerário alternativo ao IC8”.

Nas declarações desta quarta-feira, a ministra da Administração Interna começou por referir que "a estrada nacional 236-1 e as suas vias de acesso foram atingidas por um fenómeno extremo, que está a ser estudado cientificamente”.

“A partir das 20h00, esta estrada foi transitada por uma viatura dos bombeiros e pela GNR, sem que tivesse sido dado qualquer alerta de perigo", adiantou.

De acordo com a ministra, "não foi sequer recebida qualquer informação que apontasse para uma situação de risco potencial ou efectivo em circular pela via em causa, quer por civis, quer pelas diferentes entidades no local àquela hora – GNR, bombeiros ou mesmo o INEM – e por essa razão não foi ordenado o encerramento dessa via, seja a partir do nó do IC8, seja no sentido contrário a partir de Castanheira de Pera".

"Por isso, esteve sempre aberta ao trânsito até haver notícia dos trágicos e imprevisíveis acontecimentos ocorridos na mesma. O acesso a esta estrada foi apenas encerrado às 22h15, após a localização das vítimas mortais. Em qualquer caso, do inquérito da GNR não resulta que qualquer elemento desta força de segurança tenha encaminhado qualquer viatura para esta via”, afirmou Constança Urbano de Sousa.

Nestas declarações aos jornalistas, a governante anunciou que vão ser accionados os mecanismos para penalizar o sistema de comunicações de emergência SIRESP por falhas no incêndio de Pedrógão Grande, que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.

Numa conferência de imprensa de balanço do inquérito à tragédia, a governante também aponta também falhas de comando e coordenação à Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

Comentários
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  • Filipe
    10 ago, 2017 évora 00:18
    A GNR não mandou , devia ter mandado , pois como órgão de polícia criminal e na existência de um incêndio sem que na altura saiba se foi de origem natural ou criminosa , tem o poder até sobre a Autoridade de Proteção Civil de MANDAR isolar um determinado perímetro ou cena de crime , não o fez ? Ajudou deliberadamente na matança de inocentes à deriva ! Até os actores das séries policiais nos Estados Unidos saberiam melhor atuar que esta gente mal formada , formada apenas para sacar ordenados e regalias ao Estado .
  • Bela
    09 ago, 2017 Coimbra 19:56
    Finalmente parece que começa a imperar algum bom-senso. Efectivamente as culpas devem ser atribuídas ao que na hora em que deveriam estar a funcionar, faltaram...
  • André
    09 ago, 2017 Lisboa 19:45
    Se os meios de comunicação social não se vendessem por meia dúzia de entrevistas, tinham dito ISTO logo no dia seguinte. Se o único carro que foi atingido pelo fogo, proveniente do nó do IC8 de Figueiró dos Vinhos, foi o carro dos bombeiros, é normal que ninguém pudesse ter morrido quando era proveniente daquele lado. E basta notar que TODOS os que faleceram na estrada, vinham das aldeias circundantes ou fizeram paragens nessas aldeias, depois de sairem da Castanheira de Pêra 20 a 30 minutos antes. Mas, os especialistas (muito activos nas redes sociais) continuam a afirmar que morreram mais de 300 pessoas e não querem reconhecer isso.

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