11 ago, 2017 - 11:31
A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) anunciou esta sexta-feira que já foram reparadas quatro das 61 casas a seu cargo, destruídas nos incêndios de Junho no Centro do país.
As obras resultam de uma parceria entre a UMP e a Fundação Calouste Gulbenkian, em articulação com o Fundo Revita, autarquias e outros parceiros. No total, foram angariados perto de 1,8 milhões de euros, na sua maioria no concerto solidário “Juntos por Todos”, que decorreu em Lisboa a 27 de Junho.
Em comunicado, a UMP destaca que "todos os donativos serão investidos no apoio directo às famílias afectadas pelos incêndios florestais da região centro de Portugal" e anuncia para breve uma “plataforma digital de consulta pública de todos os donativos angariados".
Após o levantamento das necessidades mais prementes, ficou definido que os fundos solidários angariados deveriam, prioritariamente, apoiar a recuperação de imóveis de habitação permanente e criar condições para o fomento de emprego que contribuam, a médio prazo, para evitar a desertificação das localidades afectadas e para o desenvolvimento regional e local.
No texto, as Misericórdias indicam que “as obras de recuperação dos imóveis de habitação permanente da população afectada pela catástrofe já começaram" e que "o processo de atribuição ainda está em curso, pelo que o número de imóveis a recuperar poderá aumentar".
Em paralelo à recuperação dos imóveis de habitação permanente, a UMP sublinha que continua a apoiar a Administração Regional de Saúde Centro, através da mobilização de especialistas de saúde, como psicólogos, médicos e enfermeiros, para darem resposta às necessidades da população.
A UMP, juntamente com a Fundação Calouste Gulbenkian, está a trabalhar também com os serviços da Segurança Social, a Autoridade Nacional de Protecção Civil e as câmaras municipais e Misericórdias de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Sertã e Penela.
O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de Junho, distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto uma semana depois.
Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.
O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.