20 ago, 2017 - 11:36
Depois da celebração da missa na Basílica da Sagrada Família, em Barcelona, neste domingo de manhã, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa decidiram passear pela Praça da Catalunha, onde na quinta-feira se deu o primeiro de dois ataques terroristas.
O objectivo, afirmou o primeiro-ministro aos jornalistas, foi não só prestar homenagem às vítimas, como demonstrar que a nossa vida do dia-a-dia não se altera.
“A maior vitória que podíamos dar aos terroristas era ceder na maneira como vivemos o dia-a-dia”, afirmou António Costa. “Por isso, viemos aqui tomar café às Rambas, que estão cheias de gente novamente”.
“Viemos intencionalmente a este local para prestar homenagem aos mortos e solidariedade aos feridos e ficámos muito impressionados pela massa humana de tantas as nacionalidades que aqui vem mostrar que a justiça, a paz e a concórdia são mais importantes do que o terrorismo”, afirmou por seu lado o Presidente da República.
“Mais do que o primeiro-ministro de Portugal ou o Presidente da República Portuguesa, somos os cidadãos que acreditam na dignidade da pessoa humana e nos direitos das pessoas. Acreditamos na paz”, reforçou Marcelo Rebelo de Sousa.
António Costa realçou também que a dor do duplo atentado em Barcelona é “partilhada em vários cantos do mundo”, numa referência às “mais de 30 nacionalidades” das vítimas.
Mas a passagem pelas Ramblas é também “uma homenagem à vitalidade desta cidade. O facto de hoje as Ramblas estarem hoje de novo cheias é um sinal de que o terrorismo não derrota o nosso modo de vida e que a defesa da liberdade, a ideia de uma cidade cosmopolita, da tolerância e do respeito, dessa mensagem de unidade entre o ser humano – que tão bem expressou o cardeal de Barcelona hoje, na sua homilia – é uma ideia que tem que estar presente no dia-a-dia”, salientou António Costa.
Questionado sobre eventuais medidas de segurança tomadas em Portugal, o primeiro-ministro lembrou que as Câmaras Municipais têm implementado as medidas que consideram necessárias “em momentos especiais, como a passagem do ano”.
Já foram colocados obstáculos à entrada em locais de elevada concentração de pessoas, mas, lembra Costa, tais obstáculos têm de ser amovíveis: “há que não esquecer o grande incêndio do Chiado”.
“Não nos podemos cercar com muralhas. Hoje, o terrorismo procura banalizar-se pelas armas que utiliza, das facas de cozinha a uma viatura que todos nós usamos. Não podemos proibir as facas de cozinha e temos de ter a noção de que o risco faz parte da vida”, destacou, considerando que a missão das autoridades é combater o terrorismo e a radicalização.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, assistiram este domingo de manhã à missa pela paz e concórdia.
No final da semana, Barcelona foi palco de dois atentados: um na Praça da Catalunha (nas movimentadas Ramblas) e outro um pouco mais a sul, na estância balnear de Cambrils. Foram ambos reivindicados pelo grupo extremista Estado e mataram 14 pessoas, entre as quais duas portuguesas.