21 ago, 2017 - 21:52
Os atentados na Catalunha voltaram a colocar a ameaça terrorista na ordem do dia. Lisboa está a colocar barreiras de segurança, outras cidades já o fizeram, a PSP reforçou a vigilância nos últimos meses em locais com maior concentração de pessoas e o plano de segurança para o maior evento dos próximos tempos, o Red Bull Air Race, em Porto e Gaia, já está fechado e contempla a instalação de blocos de betão com quatro toneladas e meia.
Portugal não aumentou o nível de alerta após ataques com viaturas em Barcelona e Cambrils, que provocaram 15 mortos, entre os quais duas portuguesas, mas o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP garante, em comunicado, que "desde há alguns meses tem vindo a proceder ao reforço de vigilância e segurança em áreas e locais de maior concentração de pessoas".
Lisboa começou nos últimos dias a colocar blocos de betão nas zonas mais movimentadas e turísticas da capital, como o Mosteiro dos Jerónimos, Chiado e a Rua Augusta, para evitar um ataque com viaturas como aconteceu nas Ramblas, em Nice ou Londres.
Apesar do grau de ameaça terrorista em Portugal se manter moderado, a PSP sublinha que, em conjunto com a Câmara de Lisboa, “encontra-se a implementar no terreno medidas, que já estavam a ser pensadas há algum tempo, antes dos recentes atentados em Barcelona".
“FUGIR, PROTEGER, LIGAR"
A Polícia garante que estão a ser implementadas “soluções compatíveis com o acesso rápido para eventuais operações de socorro, em particular por parte dos bombeiros e ambulâncias”, e admite, no futuro, a colocação de barreiras de segurança noutros pontos da cidade.
No mesmo comunicado, a PSP aconselha três procedimentos em caso de atentado: “FUGIR, PROTEGER, LIGAR".
"FUGIR. Esta é a melhor opção para se proteger. Não tente enfrentar, não tente negociar. Se não conseguir… PROTEGER. Esconda-se, barrique-se num edifício ou estabelecimento até que as autoridades cheguem ao local. Quando em segurança… LIGAR. Use o 112. A sua descrição dos acontecimentos pode ajudar a polícia. Se estiver escondido, diga onde se encontra, isso vai facilitar o seu socorro.”
Coimbra, Albufeira e Portimão já têm medidas de segurança idênticas a Lisboa
As câmaras municipais de Coimbra, Albufeira e Portimão já implementam há algum tempo medidas de segurança nas vias públicas das suas cidades - que incluem pilaretes - e não consideram necessário reforçá-las.
Fonte da Câmara de Coimbra disse à agência Lusa que a autarquia adoptou, há algum tempo, medidas de segurança idênticas às tomadas agora por Lisboa em ocasiões que o justifiquem.
"A Câmara já tem aplicado, em eventos com concentração de muitas pessoas, a instalação de barreiras amovíveis e de betão armado, discretas, de forma a não criar o pânico", explica a mesma fonte.
Em Albufeira e Portimão, cidades com grandes aglomerados populacionais no Verão por causa do turismo, as autarquias não estão a ponderar adoptar medidas de segurança adicionais às existentes nas principais zonas pedonais, nomeadamente com a colocação de barreiras nas ruas, frisando que nessas zonas já existem restrições de trânsito.
De acordo com as autarquias, nas zonas pedonais com maior circulação de pessoas, além das restrições e interdições ao trânsito automóvel, existem há vários anos pilaretes e outras barreiras com vista a garantir a segurança das pessoas.
Plano de Segurança da Red Bull Air Race fechado
O Red Bull Air Race, que se realiza a 2 e 3 de Setembro nas margens do rio Douro, vai ser um dos maiores eventos do ano em Portugal. Um milhão de pessoas são esperadas por dia.
O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, disse esta segunda-feira que o Plano de Segurança está “fechado”.
"Há um reforço de policiamento a todos os níveis. Acho que não teremos riscos de maior. Está tudo controlado. Aqui o grande risco não é o concelho. O grande risco é termos 600 mil pessoas por dia em Gaia e 400 mil no Porto. Portanto é um milhão de pessoas concentradas num núcleo que tem de estar absolutamente reservado", disse o autarca à margem da reunião de câmara.
Eduardo Vítor Rodrigues falou em "dispositivo de segurança impecável" que "mobiliza toda a gente", enumerando os bombeiros, polícia municipal, PSP e polícia de investigação e explicou que o plano foi fechado em articulação entre as Câmaras do Porto e de Vila Nova de Gaia.
O público vai poder acompanhar a acção nas margens do Douro em áreas de acesso livre, onde serão montados ecrãs gigantes.
O autarca de Gaia explica que está previsto o encerramento “de zonas de acesso de público mais massificado, um fechamento que não é feito apenas com redes ou grades mas com estruturas de betão de quatro toneladas e meia para evitar qualquer tipo de risco”.
“Trata-se de evitar o que temos visto em outras cidades que é a utilização de um veículo que aparentemente é um meio de locomoção e se transforma numa arma", disse Eduardo Vítor Rodrigues.