Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

​Vespa asiática ensombra "ano excepcional" de produção de mel no Caramulo

25 ago, 2017 - 16:14

Abelhas já deram 60 toneladas de mel, mas as vespas asiáticas "já estão espalhadas por todo o lado e há colmeias bloqueadas".

A+ / A-

A produção de mel na Serra do Caramulo atingiu as 60 toneladas naquele que é considerado um "ano excepcional", mas que está a ser ensombrado pela propagação da vespa velutina, que pode por em risco muitas colmeias.

"As condições climatéricas no Caramulo permitiram médias fantásticas nas colmeias e vai ser difícil haver um ano igual", disse à agência Lusa Isidro Ferreira, da Associação de Apicultores da Serra do Caramulo, acrescentando que, no entanto, este é também um ano marcado pelo crescimento abrupto da vespa velutina (asiática) na região.

Segundo o apicultor, "no ano passado foram detectadas as primeiras velutinas" e este ano "já estão espalhadas por todo o lado e há colmeias bloqueadas".

Só Isidro Ferreira já identificou "sete ninhos de velutina num raio pequeno" e tem um colega que "apanhou mais três ou quatro".

"Mas serão muitos mais. Quando chegar o outono as folhas vão cair e serão mais fáceis de identificar. Com uma mata com esta densidade é quase impossível descobrir ninhos", afirmou.

Com a perspectiva de haver cada vez mais colmeias bloqueadas - ou seja, com vespas velutinas a pairar à entrada, impedindo as abelhas de trabalhar e de recolher alimento - a associação decidiu promover uma acção de esclarecimento sobre esta praga, que decorrerá no domingo de manhã, durante a Festa do Mel.

Segundo Isidro Ferreira, "os apicultores vão ter que viver com a velutina quer queiram, quer não", mas, para isso, terão que "mudar completamente o seu maneio".

Por exemplo, explicou, vão "ter que começar a espalhar armadilhas na primavera", porque é a altura do ano em que as fundadoras dos ninhos vão "andar à caça para alimentar as suas crias".

"Cada fundadora que caçarmos é menos um ninho em Agosto/Setembro. Só que é um trabalho ingrato, espalhamos armadilhas e muitas vezes não caçamos nada", lamentou.

Aplicar os fitossanitários "contra os parasitóides que a colmeia tem, como a varroa", e alimentar as colmeias que estão bloqueadas "com alimento bastante diluído", são algumas das medidas a tomar, explicou.

Isidro Ferreira disse que a presença da vespa velutina "aumenta os custos em todos os aspectos: é o tempo que se gasta, as deslocações que se fazem e o próprio alimento para as colmeias".

Na sua opinião, a situação será complicada sobretudo para os apicultores "que têm um apiário com quatro ou cinco colmeias" e um ninho de vespa velutina perto.

"Nos apiários de 30/40 colmeias será mais diluído e o apicultor irá tratar aquelas colmeias de outra forma. Mas vai ter sempre perdas", acrescentou.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Francisco
    13 ago, 2018 16:42
    Existem 3 maneiras de travar esta vespa; claro falar é fácil o pior é faze-lo mas sugestões são sempre bem ainda que sejam disparatadas e aí vão as minhas sugestões. Primeiro. Criar um aparelho que afaste as vespas das colmeias mas não as abelhas claro que é preciso tecnologia própria. Segundo estarem pessoas a guardar as colmeias, isto claro vai acarretar custos e o mel iria ficar mais caro. terceiro aplicar um produto na colmeia para que a abelha ao ser ingerida pela vespa asiatica morra e assim come uma mas não come mais

Destaques V+