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Ministério da Saúde diz que protesto de enfermeiros configura "falta injustificada"

05 set, 2017 - 00:06

Médicos estão disponíveis para assumir as funções dos enfermeiros de saúde materna e obstetrícia em protesto e apelam aos hospitais para reforçarem os obstetras.

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Os enfermeiros especialistas em protesto que recusarem prestar cuidados de saúde podem incorrer em "incumprimento" contratual e "faltas injustificadas", avisa a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

Numa nota publicada no site do organismo tutelar da administração de saúde, a ACSS invoca um parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República do passado dia 14 de Agosto.

Os enfermeiros especialistas incorrerão em "incumprimento" contratual e "faltas injustificadas" se recusarem, "individual ou concertadamente, praticar actos de enfermagem da respectiva especialidade", refere o comunicado.

Os enfermeiros de quatro especialidades diferentes manifestaram intenção de entregar os seus títulos de especialista em protesto contra a falta de pagamento devido.

Em declarações à Renascença, José Azevedo, do Sindicato dos Enfermeiros, considera o aviso da Administração Central do Sistema de Saúde sobre uma eventual acção disciplinar baseada em "faltas injustificadas" como uma forma de intimidar os profissionais de saúde.

Médicos admitem substituir enfermeiros

Os médicos estão disponíveis para assumir as funções dos enfermeiros de saúde materna e obstetrícia em protesto e apelam aos hospitais para reforçarem os obstetras.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, garantiu esta segunda-feira que os clínicos não vão deixar as grávidas sem assistência, sublinhando que o "dever de assistir" as mulheres sobrepõe-se a outras questões.

"Se for necessário, os médicos não vão deixar as grávidas desprotegidas. Há um apelo para que os hospitais criem as condições de trabalho necessárias para podermos dar as respostas adequadas", afirmou Miguel Guimarães.

Em declarações aos jornalistas após uma reunião do Fórum Médico, em Lisboa, insistiu que "os hospitais vão ter de reforçar o seu capital humano em termos de médicos de obstetrícia".

A Secretaria de Estado do Emprego considera irregular a marcação da greve dos enfermeiros agendada para a próxima semana, porque o pré-aviso não cumpriu os dez dias úteis que determina a lei.

O Sindicato dos Enfermeiros garante que tudo foi feito dentro da leite, mantém a paralisação e vai fazer uma queixa ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP).

Comentários
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  • Jorge
    05 set, 2017 Seixal 16:57
    Por este andar qualquer dia há enfermeiros para dar injeções, outros para fazer pensos, saturar feridas, distribuir comprimidos, espremer borbulhas, etc., etc., e cada um com o seu ordenado de especialista.
  • Walter
    05 set, 2017 lisboa 15:35
    Porque é que em Portugal ao contrário de mts Países europeus e não só não tem a carreira de auxiliares de enfermagem?Será que para ser acompanhante de grávidas é necessário ser enfermeiro ou servirao outras formações especificas menos onerosas em formação e com mesmas competências.Para quê formar enfermeiras com especialidade de parteira quando o governo pode e deve fazer curso de parteira direto com curricula próprio.
  • otário cá da quinta
    05 set, 2017 Coimbra 04:59
    Política do terror.E já que os chulos dos médicos se propõem fazer o serviço dos enfermeiros mas a serem bem pagos, que lavem as pacientes, despejem penicos, façam camas e não se encostem aos auxiliares. Hoje um enfermeiro tem tantas habilitações ou mais do que alguns médicos, mas são estes que mamam. Sei do que falo.

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