22 set, 2017 - 10:44
Terminou sem acordo a reunião de quinta-feira que juntou à mesma mesa os quatro sindicatos que representam os enfermeiros. A Ordem dos Enfermeiros promoveu um encontro entre os diferentes representantes da classe, mas não conseguiu que fosse assinada uma posição conjunta para negociar com o Governo.
Em declarações à Renascença, a bastonária, Ana Rita Cavaco, lamenta a falta de entendimento e responsabiliza o executivo por esta divisão entre os sindicatos.
"O Governo tem motivado estas divergências. Em plena greve decretada pela Federação Nacional de Sindicatos de Enfermeiros (FENSE), o Governo chama um sindicato que não tem uma proposta apresentada", critica.
Também o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) já se pronunciou sobre este encontro. O SEP manifestou abertura para continuar a debater com vista a um entendimento sobre o futuro da carreira destes profissionais.
Numa mensagem divulgada no seu Facebook, a dirigente sindical Guadalupe Simões, afirma que o SEP se recusa a assinar um memorando de entendimento sem antes discutir a matéria com os profissionais, mas mantém a intenção de reunir-se com os outros sindicatos "no sentido da convergência relativamente à discussão da futura carreira".
A CNESE (federação de sindicatos que inclui o SEP), "como sempre, não apresenta nenhuma proposta de carreira sem a discutir com os enfermeiros. A carreira negociada em 2009 esteve em discussão pública durante dois anos (2003 e 2004) com dezenas reuniões, em todas as instituições e em todo o país. E não assina documentos sem que os órgãos próprios sejam auscultados e sobre eles decidam", refere Guadalupe Simões.
No texto que publicou na rede social Facebook, Guadalupe Simões explica que "o SEP não abandonou a reunião" e que, no encontro, "a Ordem exigia que a CNESE assinasse um memorando de entendimento onde constava uma estrutura de carreira e grelhas salariais", proposta que, considera, "poderia ter sido enviada previamente para que as direcções dos sindicatos pudessem decidir".
Diz ainda que a CNESE recordou que, fruto da mobilização dos colegas nas últimas semanas, "nas reuniões negociais de 12 e 14 esta questão foi discutida com o Ministério da Saúde, que assumiu o compromisso (explicito na proposta enviada a 18 de Setembro) de rever/negociar a carreira em 2018".
"A CNESE, como sempre, não apresenta nenhuma proposta de carreira sem a discutir com os enfermeiros. A carreira negociada em 2009 esteve em discussão pública durante dois anos (2003 e 2004) com dezenas reuniões, em todas as instituições e em todo o país. E não assina documentos sem que os órgãos próprios sejam auscultados e sobre eles decidam", sublinha Guadalupe Simões.
Perante este impasse, "a CNESE saiu da reunião não sem antes continuar a demonstrar toda a sua disponibilidade para se reunir com a FENSE [a outra federação sindical) no sentido da convergência relativamente à discussão da futura carreira".
Diz ainda que a CNESE "afirmou também a sua disponibilidade para continuar a articular e convergir com a Ordem sobre as temáticas que são da sua esfera de competências".