25 set, 2017 - 11:34
O Exército insiste na garantia de que não produziu qualquer relatório secreto sobre Tancos, pelo que não existe nenhum documento oficial ou sequer de mero carácter interno.
A informação foi avançada esta segunda-feira à Renascença pelo gabinete do Chefe do Estado-Maior do Exército.
Esta reafirmação acontece na mesma altura em que o director do semanário "Expresso" insiste que o polémico relatório sobre o caso existe. Pedro Santos Guerreiro promete, inclusivamente, novas revelações sobre o relatório e a investigação que está em curso: "Vamos fazê-lo, obviamente, em primeira mão junto dos nossos leitores, esta semana.”
Mas o ministro da Defesa fala num relatório "fabricado" com "objectivos políticos".
"Hoje, sabemos que não há nenhum relatório que tenha sido produzido pelos serviços de informações, quaisquer que eles sejam. E é importante saber quem foi, com que motivação foi fabricado esse documento, falsamente atribuído aos serviços de informações", afirmou José Azeredo Lopes, no domingo à agência Lusa, um dia depois de o relatório ter sido noticiado pelo “Expresso”.
O semanário divulgou no sábado um documento que atribuiu aos serviços de informações militares, com cenários "muito prováveis" de roubo de armamento em Tancos e com duras críticas à actuação do ministro da Defesa Nacional, na sequência do caso conhecido em 29 de Junho. O documento aponta para o tráfico de armamento para África, ou um assalto promovido por mercenários portugueses contratados. Há ainda a possibilidade do furto de armas ter como destino os jihadistas islâmicos.
O primeiro-ministro reiterou no sábado à noite desconhecer o relatório noticiado, sublinhando que o documento não pertence a "nenhum organismo oficial" do Estado.
O Estado-Maior General das Forças Armadas já "desmentiu a autenticidade desse documento", tal como o secretário-geral dos Serviços de Informações, disse António Costa.
Marcelo Rebelo de Sousa disse, entretanto, que já não está preocupado: afinal não há nenhum relatório oficial sobre Tancos. O Presidente da República considera que depois das explicações, tudo se resume a ruído que afasta a atenção do essencial.