26 set, 2017 - 07:12
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, diz acreditar num acordo entre os médicos e o Ministério da Saúde e apela ao ministro que "chegue a um entendimento" com os sindicatos.
“A questão da greve continua em aberto, continuam a existir negociações entre os sindicatos e o Ministério da Saúde e pode ser que consigam chegar a um entendimento. Era bom que isso acontecesse. Aproveito para fazer daqui um apelo ao Ministério da Saúde no sentido de chegar a um entendimento com os sindicatos médicos para evitar chegar à greve”, afirmou na segunda-feira à noite, depois de uma reunião geral de médicos, no Porto.
“Negocie com os sindicatos dos médicos e chegue a um entendimento, porque não estão a pedir nada de especial", reforçou.
Segundo Miguel Guimarães, as duas partes estão a negociar a reposição de algumas matérias que foram “alteradas no tempo da 'troika' e que já deviam ter sido normalizadas e ainda não foram”.
"Os médicos fazem horas extraordinárias a mais, que não eram necessárias se existissem médicos suficientes. Uma das reivindicações dos sindicatos tem a ver com a diminuição de obrigatoriedade das horas anuais extraordinárias das 200 para 150 horas e com a passagem de horário normal de 18 horas de serviço de urgência para as 12 horas, com as restantes a trabalharem nos outros serviços, como bloco operatório ou consultas externas", explicou.
Outra das medidas defendida é a redução da lista de utentes por médico de família, que actualmente se situa nos 1.900 utentes por médico, para um máximo de 1.500.
"Acho que é possível [o entendimento], o Ministério da Saúde só terá a ganhar”, reforça o bastonário. “Percebo as preocupações do Ministério da Finanças e a pressão que faz sobre outros ministérios, como o da Saúde, mas estamos a contribuir para um melhor acesso aos cuidados de saúde", salientou.
Os sindicatos médicos anunciaram que vão realizar greves rotativas por regiões em outubro e uma paralisação nacional em novembro.
As greves regionais começam em 11 de outubro na região norte, seguindo-se a região centro em 18 de outubro e a região sul em 25 de outubro. O anúncio foi feito pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) à saída de uma reunião negocial no Ministério da Saúde.
A paralisação nacional está marcada para 8 de novembro.