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Ministro da Saúde: aumento de 400 euros para enfermeiros é "absolutamente incomportável"

26 set, 2017 - 16:24

Adalberto Campos Fernandes considera que as expectativas dos enfermeiros são "legítimas", mas "não podem ser irrealistas".

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O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse esta terça-feira, em Coimbra, que a proposta dos enfermeiros de aumento salarial de 400 euros mensais é "absolutamente incomportável" do ponto de vista orçamental.

Para o governante, que falava aos jornalistas à entrada para 14.ª Conferência Internacional de Saúde Urbana, pedidos repentinos de aumento salarial desta ordem "são absolutamente incomportáveis".

Os enfermeiros ameaçam voltar à greve a 16 de Outubro caso o Governo não satisfaça um conjunto de reivindicações hoje entregues à tutela e que incluem um aumento mínimo de 400 euros para todos os profissionais, segundo fonte sindical.

Para Adalberto Campos Fernandes, as propostas que algumas estruturas sindicais têm feito, nomeadamente os enfermeiros, "são na sua maioria sensatas, mas algumas não o são” devido ao impacto orçamental.

O ministro da Saúde considera que as expectativas dos enfermeiros são "legítimas", mas "não podem ser irrealistas".

O Sindicato dos Enfermeiros (SE) entregou na manhã desta terça-feira um caderno reivindicativo ao secretário de Estado da Saúde, no âmbito das negociações em curso e que até agora não têm chegado a bom porto.

Caso o Governo não responda positivamente até sexta-feira às reivindicações apresentadas, aquela estrutura sindical avança para uma nova greve de cinco dias, a partir de 16 de Outubro.

Segundo Adalberto Campos Fernandes, o Governo apresentou propostas concretas para que os enfermeiros que ainda estão no período de 40 horas possam em 2018 passar para as 35 e a reposição das horas de qualidade que tinham sido suprimidas.

Transmitiu também a disposição para a partir de 16 de Outubro, logo a seguir à data de entrega do Orçamento de Estado, se iniciar a discussão para o novo acordo colectivo de trabalho e, em Janeiro, anunciar o quadro geral das carreiras, "que permitira reconstruir o edifício da carreira de enfermagem e repor a normalidade num edifício que está hoje desestruturado".

"Trata-se de fazer propostas sensatas, equilibradas, de acordo com o enquadramento orçamental que o país tem para 2018, num momento em que estamos a preparar o Orçamento de Estado", sublinhou.

O ministro da Saúde disse que a tutela "tudo fará até ao último minuto para que o acordo exista” e acredita que “o bom senso vai prevalecer".

No entanto, frisou que bom senso não significa "ceder a propostas irrealistas nem ceder em condições que são insuportáveis para o conjunto do Estado e dos portugueses".

"E quando se fala em bom senso é preciso ter bem presente que isso não é incumprir a lei, incumprir as regras da deontologia e da ética e violar os normativos do Estado de Direito", enfatizou Adalberto Campos Fernandes.

O horário de 35 horas para todos os enfermeiros e o retomar das negociações do acordo colectivo foram outras das reivindicações apresentadas esta terça-feira pela Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermeiros (FENSE), da qual faz parte o SE e o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE).

A outra exigência está relacionada com o valor do aumento, com a FENSE a exigir um valor mínimo de 400 euros “para todos os enfermeiros” e não apenas para os enfermeiros especialistas.

O Governo tinha proposto a atribuição de um subsídio imediato de 150 euros para os enfermeiros especialistas, uma medida transitória até à negociação das carreiras em 2018, a qual não foi aceite.

Está marcada uma outra greve de enfermeiros, convocada por um outro sindicato (Sindicato dos Enfermeiros Portugueses), para os dias 3, 4 e 5 de Outubro.

Comentários
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  • Daniel
    27 set, 2017 Porto 20:11
    Eu como condutor de transporte público quero um aumento mínimo de 400€ tambem. Senão vai ser o caos nas cidades. Tenho dito
  • Filipe
    26 set, 2017 évora 21:26
    Aqueles que eles servem no Sistema Nacional de Saúde e os prejudicam agora com as greves , são os desempregados diria mesmo os sem rendimentos , os reformados com pensão Social a rondar 200 euros , os Rendimentos Mínimos com 89 euros por mês e o resto dos reformados ou trabalhadores no ativo com reformas e ordenados a rondar 500 euros ou salário mínimo para sermos mais precisos . Os funcionários públicos tem a ADSE e recorrem em primeira mão aos privados , os classe média e aqueles que podem adquirir um dos mais de 100 cartões de saúde que dão descontos recorrem aos privados . Portanto , querem trabalhar menos e ganhar mais , tem direito sim , mas em outro país ! Por cá deviam ter vergonha , até porque a enfermagem que se pratica hoje comparada com a que se praticava aquando do início da enfermagem ,, ada tem haver . Aumentou os meios de diagnóstico e a vontade de nada fazer , querem ter um enfermeiro para fazer a triagem , outro para meter o penso , outro para parir , outro para enfiar a agulha , outro para ligar o equipamento , outro para despir outro para vestir e assim se constroem as Especialidades quando antes tudo se fazia por um doente e na guerra não existem cá especialistas ou serves ou ficas em casa .
  • Fausto
    26 set, 2017 Lisboa 20:13
    Devia se arranjar carros de serviço para os médicos...que isto de porche à porta...está a fazer confusão na cabeça de muita gente...sabem como é...a galinha do vizinho...
  • O tuga
    26 set, 2017 Lx 19:18
    Deves ser enfermeiro de bancada! Confundes um penso rapido com um penso higiênico!
  • 26 set, 2017 aldeia 19:08
    Ganhamos todos pouco,só os políticos,juizes e mais alguns é que se vão safando bem,e os oficiais generais e aqueles que têm "artes mágicas" para colocarem milhões em bancos estrangeiros.
  • Pedro Godinho
    26 set, 2017 Lisboa 18:16
    É o que dá ceder às chantagens do BE e do PCP e reduzir o horário semanal para 35 horas, devolver indiscriminadamente regalias, depois aqueles que não são contemplados vêm logo exigir o mesmo, e com razão. Mas o mal já estava feito. Agora agarrem-se aos sindicatos
  • TUGA
    26 set, 2017 Lisboa 17:35
    Incomportável porquê???? A CGTP e todos os sindicatos vão pagar esse aumento, portanto não se vê nada incomportável. Mais,..... só roubo carteiras nos transportes públicos, que uma carteira profissional de carteirista especializado. Quer roube muito ou pouco quero uma progressão na carreira.
  • Teresa
    26 set, 2017 17:20
    Que chularia... a que propósito se pagaria 400 euros a mais a todos os enfermeiros? E os outros trabalhadores são espoliados para os enfermeiros enriquecerem de repente?
  • COSTA DEMAGOGO
    26 set, 2017 Lx 17:18
    Mas o vendedor de ilusões e da banha da cobra chamado Costa não diz à boca cheia que "virou a página da austeridade"? se é como o pantomineiro Costa diz os enfermeiros e outros profisssionais têm direito a pedir aumentos, progressões nas carreiras, descongelamentos e tudo o mais..:O Costa está enredado na teia que criou com a sua retórica populista e demagoga...Há que apertar com o kamarado Costa pois agora existe dinehrio mais do que muito para os mais de 1.500 boys empregados noi governo...
  • O dia dos enganos...
    26 set, 2017 Porto 17:15
    Aumento de 400 euros. ahahahahahahahahahahahahah. Desculpem mas não consigo parar de rir. Então querem ver 400 euros. Esta está mesmo boa. O dia 1 de Abril ainda não chegou. Perguntem a qualquer trabalhador no País se já pediu um aumento de 400 euros, bem para mim deve ser engano de escrita, não será 40 euros, e note-se mesmo assim, contem quem já teve aumento de 40 euros. Pois é, depois criticam que o país não vai para a frente, pudera. Já agora vamos todos pedir um aumento de 400 euros. bem muitos reformados bem podiam ter pois já deram uma boa parte da sua vida a trabalhar no duro e o que recebem. Alguns pouco mais do que 400 euros.

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