28 set, 2017 - 23:52 • Elsa Araújo Rodrigues
A edição deste ano da Web Summit Lisboa vai ser mais política, centrada no impacto da tecnologia na vida das pessoas e nos problemas relacionados com o uso das redes sociais, diz à Renascença o director de comunicação da conferência, Mike Harvey.
“As notícias falsas, a ascensão da direita radical ou o direito das pessoas a serem esquecidas nas redes sociais ou tecnologia e educação, todas estas questões são muito importantes actualmente, para todos nós, enquanto sociedade. Porque a tecnologia está a mudar a forma como vivemos de tantas maneiras diferentes. A Web Summit e o Fórum, em particular, pode ser um lugar para discutir estas questões de forma mais proveitosa”, refere Mike Harvey.
A mais conferência de tecnologia mundial decorre entre 6 e 9 de Novembro e o painel de convidados conta com nomes sonantes de várias áreas, nomeadamente da política.
O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, o ex-presidente de França François Hollande e o primeiro-ministro português, António Costa, vão ter um espaço próprio, o Fórum.
“O Fórum é um momento mais político da Web Summit, que vai decorrer no espaço dos oradores principais. A participação é apenas por convite. E é um evento que está a ser organizado como deve ser pela primeira vez este ano. Estamos muito entusiasmados pelem relação aos oradores - chefes de Estado, ministros, comissários europeus, políticos - que vêm debater as grandes questões que estão em cima da mesa sobre tecnologia, política, medidas e regulação”, destaca o director de comunicação da conferência.
Regulador vs gigantes da tecnologia
A Web Summit vai colocar frente-a-frente algumas das empresas de tecnologia mais poderosas do mundo, políticos e reguladores, para discutir “muitas das questões que se levantam quando pensamos em tecnologia: da inteligência artificial, robôs, empregos, à economia da partilha, com empresas como a Uber ou relacionados com taxas e impostos”.
Os gigantes tecnológicos nem sempre têm posições muito transparentes ou claras no que diz respeito à concorrência, em especial na Europa. Mike Harvey avança que esta questão será tema de abertura da conferência.
“Temos a comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, que deve falar na noite de abertura. Actualmente, é uma das pessoas mais importantes na área da tecnologia porque está a fazer frente à Google, ao Facebook, à Amazon e a outras grandes empresas. Portanto, é uma figura muito importante que vai ser entrevistada no palco principal.”
“Mas a lista é extensa e há nomes famosos de todas as áreas da tecnologia que suscitam interesse. Um dos oradores que me interessa, em particular, é alguém que também está por dentro do que está a acontecer com as grandes empresas tecnológicas na Europa. Falo de Mark Brittin, o líder da Google na Europa. Também vai falar no palco principal sobre a posição da empresa no continente europeu.”
Seguindo o objetivo de aproximar a Web Summit dos interesses de quem a visita, a organização preparou alguns palcos temáticos.
“Em relação a detalhes específicos, que vão ser diferentes do ano passado: haverá um evento de um dia chamado ‘Planet Tech’ cujo foco será o ambiente e a ecotecnologia. Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos será um dos nomes sonantes a falar neste contexto. As alterações climáticas são um dos seus temas de eleição. Teremos também um evento novo chamado ‘Player One’, focado nos videojogos e nos jogos online”, adianta o director de comunicação da conferência.
Outro palco temático será dedicado ao crescimento. A ‘Growth Summit’ é ser uma montra para as “startup mais importantes, interessantes e que estão a crescer mais rápido, um pouco por todo o mundo”. “Queremos ajudar a promovê-las junto aos investidores e outros participantes”, sublinha Mike Harvey.
Negócios e diversão
O responsável lembra que a Web Summit também tem uma forte componente de diversão e promete “muitas coisas divertidas, relacionadas com o carácter deslumbrante e espectacular da tecnologia”.
“Vamos ter drones, vamos ter robôs, inteligência artificial, realidade virtual, vamos ter muitos momentos incríveis, do tipo: ‘uau, isto está a acontecer no mundo da tecnologia’. E claro, vamos ter muitos momentos sérios. Espero que as pessoas passem bons momentos na Web Summit, é para isso que estamos a trabalhar, para além do óbvio, que é ajudar a criar relações de negócios. Ajudar as startup a encontrarem investidores e vice-versa. Mas é também uma oportunidade para as pessoas descontraírem, e se envolverem com as novidades, com a inovação e o empreendedorismo”, conclui Mike Harvey.