03 out, 2017 - 09:57
O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, garante que não há registo de feridos na sequência da carga policial sobre eleitores que tentavam votar no referendo pela independência da Catalunha, considerado ilegal.
"Não temos registo de qualquer português afectado. Até ao fim do dia de ontem [segunda-feira] não tínhamos registo de feridos. No entanto, quero sublinhar que o nosso serviço só faz o registo [de feridos] se os cidadãos solicitarem protecção ou apoio", afirmou à agência Lusa.
José Luís Carneiro garante que, até ao momento, não houve nenhuma solicitação de apoio que tivesse sido reportada ao sérvio consular.
No domingo, a justiça espanhola considerou ilegal o referendo pela independência convocado pelo governo regional catalão e deu ordem para que os Mossos d'Esquadra, a polícia regional, selassem os locais onde se previa a instalação de assembleias de voto.
Perante a inação da polícia catalã em alguns locais, foram chamadas a Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola, polícias de âmbito nacional que protagonizaram os maiores momentos de tensão para tentar impedir o referendo, realizando cargas policiais sobre os eleitores e forçando a entrada em várias assembleias de voto ocupadas de véspera por pais, alunos e residentes, para garantir que os locais permaneceriam abertos.
A violência policial fez 893 feridos, mas apesar da repressão, 42% dos 5,3 milhões de eleitores conseguiram votar, e 90% deles votaram a favor da independência, segundo o governo regional da Catalunha (Generalitat).
A consulta popular foi agendada pela Generalitat, dominada pelos separatistas, tendo o Estado espanhol, nomeadamente o Tribunal Constitucional, declarado que a consulta era ilegal.
Esta terça-feira, a região da Catalunha cumpre uma greve geral em protesto contra a interferência do Estado espanhol no referendo de domingo sobre a independência, com "violência policial desproporcionada".
A paralisação é uma reacção da região à repressão policial usada por Madrid para impedir os catalães de irem às urnas a 1 de Outubro, que teve como resultado mais de 800 feridos.
A greve geral convocada por cerca de 40 organizações sindicais, políticas e sociais está a ter uma "adesão muito elevada" em sectores como os transportes, o comércio ou a agricultura.