07 out, 2017 - 11:30
O Ministério Público mandou arrestar três casas e uma herdade pertencentes ao antigo primeiro-ministro, José Sócrates. A notícia é avançada na edição deste sábado do jornal "Expresso". A investigação do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) concluiu que o ex-líder socialista terá recebido ilicitamente 32 milhões de euros no âmbito da Operação Marquês, ficando os bens arrestados como garantia caso José Sócrates venha a ser condenado.
Em causa estão três imóveis, que foram vendidos pela mãe de José Sócrates ao amigo Carlos Santos Silva, e a herdade de Montemor-o-Novo, que está em nome da ex-mulher de José Sócrates, Sofia Fava.
O arresto de bens acontece depois de o DCIAP ter descoberto que o ex-governante recebeu 32 milhões de euros ilícitos do Estado e que agora vão ser ressarcidos. Além das propriedades, o Estado vai pedir a restante quantia (cerca de 15 milhões de euros) vindos de uma conta que José Sócrates tem na Suíça.
No âmbito da "Operação Marquês", José Sócrates está indiciado pela prática de eventuais crimes de corrupção, fraude fiscal, branqueamento de capitais, recebimento indevido de vantagem, falsificação e tráfico de influência. Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, Armando Vara, ex-administrador da CGD, bem como Zeinal Bava e Henrique Granadeiro (antigos administradores da PT) são também visados no processo que conta com 31 arguidos constituídos, 22 singulares e nove colectivos.
Entre os arguidos estão ainda Carlos Santos Silva, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Hélder Bataglia.
O processo arrasta-se desde Julho de 2013. José Sócrates, que foi detido a 1 de Novembro de 2014 e cumpriu dez meses de prisão preventiva, suspeito de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.
O despacho de acusação poderá estar pronto já na próxima semana.