12 out, 2017 - 10:30
Veja também:
“Istambul, na Turquia, é a única cidade europeia pior do que Lisboa a nível de risco sísmico elevado, por causa do impacto: tem 12 milhões de habitantes e uma construção má, pior do que a que existe na capital portuguesa”, avança o engenheiro sísmico Mário Lopes, professor no Departamento de Engenharia Civil do Instituto Superior Técnico.
Segundo a notícia do “Diário de Notícias”, que cita este perito, em Portugal o risco agrava-se também pela “falta de prevenção e de fiscalização da construção e da reabilitação de edifícios que não inclui o reforço sísmico das casas, que está previsto num regulamento de 1958”.
Também Alfredo Campos Costa, chefe do Núcleo de Engenharia Sísmica e Dinâmica de Estruturas do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), partilha desta opinião: "Temos um parque de edifícios velhos e desocupados em Lisboa e Setúbal e algumas dessas casas estão a ser reabilitadas. Ou seja, estão a colocar pessoas a viver nessas casas o que é aumentar o risco".
Este responsável lembra que o país não tem uma sismicidade elevada, mas o risco é alto pela exposição e vulnerabilidade. “Enquanto em Itália a sismicidade se concentra nas cadeias montanhosas, em Portugal é em zonas densamente povoadas, como Lisboa e Vale do Tejo e Algarve”.
“A Terra Treme” esta sexta
A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) promove, esta sexta-feira, mais um exercício de sensibilização para o risco sísmico denominado “A Terra Treme”.
Esta é quinta edição do exercício, que decorre no Dia Internacional para a Redução de Catástrofes, e visa chamar a atenção para o risco sísmico e para a importância “de comportamentos simples que os cidadãos devem adoptar em caso de sismo, mas que podem salvar vidas”.
O exercício acontece às 10h13 em todo o país e dura apenas um minuto. Os cidadãos que aderirem à iniciativa são convidados pela ANPC a executar “três gestos que salvam” em caso de sismo: “baixar, proteger e aguardar”.