12 out, 2017 - 11:10
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A defesa de Ricardo Salgado nega que o seu cliente tenha praticado qualquer crime e garante que a "acusação é totalmente infundada".
A declaração foi feita pelo advogado, Francisco Proença de Carvalho, aos jornalistas que foram convocados para o que seria uma conferência de imprensa, após ter sido conhecida a acusação da "Operação Marquês".
O ex-banqueiro esteve presente na sala mas não fez nenhum comentário. A defesa de Ricardo Salgado, ao contrário do previsto, começou por esclarecer que apenas seria lido um comunicado e que não responderiam a perguntas, alegando respeito pelas boas práticas da advocacia e do sistema de justiça.
"O processo não tem nem pode ter factos e provas de qualquer
crime. Repare-se que tendo o inquérito durado mais de quatro anos, só muito
recentemente é que o nome do Dr. Ricardo Salgado surgiu no processo, a partir
de notícias plantadas na imprensa numa tentativa de o envolver num caso a que é
absolutamente alheio", disse,
O advogado não poupou
críticas ao comportamento do Ministério Público, ao juiz de instrução criminal
Carlos Alexandre e “às sistemáticas violações do segredo de Justiça”, que,
segundo referiu, “pretendem condenar Ricardo Salgado na praça pública”.
Segundo Francisco Proença de Carvalho, o ex-presidente do BES “quando foi inquirido, só foi confrontado com presunções e suposições” e, agora, “quando se conhece a acusação, já a opinião pública foi intoxicada”.
Durante a leitura do comunicado, a defesa de Ricardo Salgado considerou que o seu cliente foi "uma bóia de salvação" para o processo e para algumas pessoas ligadas ao mesmo, terminando com a convicção de que Salgado "vai ser ilibado deste processo".
O Ministério Público acusou na quarta-feira 28 arguidos da ‘Operação Marquês’, incluindo Ricardo Salgado e o ex-primeiro-ministro José Sócrates, de quase 200 crimes, entre os quais se contam corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.
No caso de Ricardo Salgado, o Departamento Central de Investigação e Acção penal acusou o ex-banqueiro de 21 crimes económicos e financeiros: corrupção activa de titular de cargo político, corrupção activa, branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.