16 out, 2017 - 22:16
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O presidente do Conselho de Administração da EDP Distribuição afirmou que a rede de Média Tensão afectada pelos incêndios deste domingo e segunda-feira vai ficar recuperada ainda esta segunda-feira, referindo que houve muita dificuldade nos acessos aos locais afetados.
"Toda a rede de Média Tensão, e foram afectadas umas dezenas de linhas, vai estar recuperada até ao final do dia de hoje. O balanço que fiz ao final da tarde permite-me estar seguro em relação a isso", disse à agência Lusa João Torres, presidente do Conselho de Administração da EDP Distribuição.
O responsável explicou que os trabalhos na rede de Baixa Tensão vão continuar a decorrer durante a noite de hoje e o dia de terça-feira.
"São avarias dispersas com troços que queimaram aqui e acolá, vamos substituir umas dezenas de quilómetros de linhas, mas muitos dispersos porque atingiu uma zona bastante vasta", afirmou, referindo que a maior preocupação é no distrito de Coimbra.
Sobre os trabalhos que têm estado a decorrer e envolvem centenas de trabalhadores, João Torres referiu que houve dificuldades ao nível dos acessos.
"Nesta operação tivemos dificuldades nos acessos às zonas para fazer recuperações, com as estradas cortadas e muito fumo, mas estou muito positivo em relação que vamos conseguir", defendeu, lamentando as "vítimas de mais uma tragédia".
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 36 mortos, sete desaparecidos, 62 feridos, dos quais 15 graves, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.
Portugal accionou o Mecanismo Europeu de Protecção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no Verão, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.