16 out, 2017 - 14:21
Veja também:
O incêndio no concelho de Penacova (distrito de Coimbra), que deflagrou no domingo e provocou duas mortes, foi dado como circunscrito esta segunda-feira ao início da tarde, mas continuam a registar-se reactivações.
“Neste momento, podemos considerar que o fogo está circunscrito”, afirmou a vereadora Câmara Municipal de Penacova, Fernanda Veiga, à agência Lusa.
As reactivações, acrescenta, dão “muito trabalho” aos meios que se mantêm no terreno.
A Câmara de Penacova activou o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil às 17h30 de domingo, para facilitar os esforços de combate ao fogo, e decretou esta segunda-feira três dias de luto municipal.
O incêndio teve origem no concelho da Lousã e alastrou depois aos municípios de Vila Nova de Poiares e de Penacova (também no distrito de Coimbra), além de ter provocado dois mortos, na freguesia de Friúmes e Paradela da Cortiça.
Destruiu ainda casas, algumas delas habitações permanentes, fábricas e armazéns, acrescentou a mesma fonte.
Durante a noite, foram acolhidas no pavilhão desportivo de Penacova cerca de 160 pessoas desalojadas e deslocadas, mas meia centena já regressou às suas casas ou foram acolhidas por familiares, adiantou Fernanda Veiga.
"Se as condições se mantiverem relativamente calmas", os desalojados e deslocadas deverão regressar durante a tarde a casas de familiares, às suas residências e ao lar de terceira idade de Miro, disse a vereadora, sublinhando que, no entanto, "isso só será feito depois de garantidas todas as condições de tranquilidade e de segurança".
O lar da povoação de Miro "não sofreu danos", mas foi evacuado no domingo por precaução e porque o intenso fumo concentrado na zona aconselhava a retirada dos utentes da instituição, explicou.
As escolas do concelho de Penacova estão encerradas hoje, mantendo-se em funcionamento apenas o refeitório da Escola Secundária da vila, para garantir a alimentação designadamente de bombeiros, crianças e famílias deslocadas ou desalojadas, adiantou a vereadora.
"Ainda não é possível avaliar todas as consequências" do fogo, afirmou Fernanda Veiga, indicando que "estão três equipas no terreno", integradas por psicólogos, assistentes sociais, técnicos de engenharia e autarcas, para avaliaram os apoios que são necessários prestar às populações e verificar as condições de edifícios atingidos pelas chamas.
As freguesias de Friúmes e Paradela, de Oliveira do Mondego e Travanca e de São Pedro de Alva e São Paio foram as mais atingidas pelas chamas e onde estão a maior parte dos edifícios afectados no concelho.
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo – o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades – provocaram pelo menos 31 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.
Portugal accionou o Mecanismo Europeu de Protecção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no Verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.