17 out, 2017 - 10:08
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A Sanindusa, empresa portuguesa de cerâmica sanitária que utiliza tecnologia de ponta e exporta 70% da produção, foi uma das afectadas pelos incêndios de domingo, dia 15. O administrador queixa-se de não ter recebido ajuda de ninguém para combater as chamas.
“Foram vários os contactos [com os bombeiros e a Protecção Civil]. Eu próprio tentei. Por ser uma produtora de cerâmica, tem fornos a trabalhar a cerca de 1200 graus e temos toneladas de gás lá e nem isso a Protecção Civil se preocupou em proteger”, critica na entrevista em directo na Manhã da Renascença.
O fogo chegou a meio da tarde a uma zona que, segundo Luís Ribeiro, “é extraordinariamente bem cuidada, inserida numa zona industrial – da Tocha – que está bastante limpa, tem corta-fogos e tudo aquilo que nós costumamos dizer que falta em termos de protecção”.
“O que é facto é que o fogo chegou lá, porque as labaredas eram enormes e não tivemos absolutamente ninguém, nem dos bombeiros nem da Protecção Civil”, reforça.
A unidade fabril da Tocha (Cantanhede, distrito de Coimbra) tem cerca de 30 mil metros quadrados e ficou destruída. Ali trabalham 140 pessoas. Os prejuízos podem superar os 25 milhões de euros.
O administrador diz que só dentro de “um ano, ano e meio” aquela fábrica poderá voltar a funcionar, pois “vai ser toda deitada abaixo, praticamente”.
Quanto aos trabalhadores, “alguns serão reintegrados na unidade de Aveiro, outros ficarão lá porque precisaremos deles e para outros teremos de utilizar alguns apoios, que neste momento não consigo tão pouco avaliar”.
Uma coisa garante Luís Ribeiro: “não deixaremos as pessoas desprotegidas. Isso não”.
Esta é apenas uma das consequências gravosas dos incêndios que têm fustigado o país. Só entre domingo e segunda-feira arderam 81 mil hectares de floresta, mas o total de área ardida até esta terça-feira, dia 17, já supera os 351 mil hectares (quase metade de toda a área ardida em toda a União Europeia).
Os incêndios deste ano mataram 100 pessoas.
Ao nível material, arderam dezenas de habitações, muitas de habitação permanente, e milhares de hectares área de cultivo. Morreram também muitos animais e várias estradas estiveram cortadas, bem como a linha ferroviária da Beira Baixa. As comunicações também foram afectadas.