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Incêndios. Com "peso na consciência", António Costa diz: "Peço desculpa"

18 out, 2017 - 15:56

"Se não o fiz o antes, não é por não sentir menor peso na minha consciência", justificou-se o primeiro-ministro no debate parlamentar desta quarta-feira, em resposta ao PSD.

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Costa pede desculpa. "Viverei com este peso na consciência até ao fim da minha vida"
Costa pede desculpa. "Viverei com este peso na consciência até ao fim da minha vida"

O primeiro-ministro, António Costa, pediu, esta terça-feira, desculpa pelas falhas do Estado na tragédia dos fogos deste Verão e Outono, que resultaram em mais de 100 mortos.

"Não vou fazer jogos de palavras. Se quer ouvir-me pedir desculpas, eu peço desculpas", disse Costa em resposta a uma intervenção do líder parlamentar do PSD, Hugo Soares.

"Se não o fiz o antes, não é por não sentir menor peso na minha consciência, porque tenho a certeza que, tal como eu, quem quer que estivesse nas minhas funções não teria vivido todos estes meses com um grande peso na consciência sobre o que aconteceu em Pedrógão e o que voltou a acontecer este fim-de-semana", justificou Costa.

"Sei que viverei com este peso na consciência até ao último dia da minha vida", disse, tal como ainda sente pelo inspector da Polícia Judiciária que morreu quando era ministro da Justiça ou por agentes da PSP e bombeiros falecidos quando era ministro da Administração Interna.

Costa prosseguiu com as explicações, argumentando que no seu vocabulário reserva "para o íntimo pessoal a palavra 'desculpa'" e que, enquanto primeiro-ministro, opta pela palavra "responsabilidade".

PSD desafia moção de confiança, Costa rejeita

O líder parlamentar do PSD acabou por desafiar o primeiro-ministro a apresentar uma moção de confiança ao Governo, no parlamento, repto que António Costa rejeitou, alegando que "moções de confiança só apresenta quem se sente sem confiança".

"Admito que se tenha sentido ultrapassado pela proposta do CDS. Mérito do CDS", atirou, ainda, o primeiro-ministro, remetendo para a discussão da moção de censura do CDS-PP, marcada para a próxima semana.

Costa aludiu, ainda, indirectamente, à comunicação do Presidente da República ao país, feita na segunda-feira, em Oliveira do Hospital, lembrando que no dia em que a maioria no Parlamento deixar de existir, o Governo deixará de existir e que se moção de censura falhar, a maioria sairá "reforçada e legitimada".

"Há uns anos, houve um primeiro-ministro que disse ao país que, se fosse preciso perder eleições para fazer o que os portugueses precisavam, 'que se lixem as eleições'. O senhor primeiro-ministro, para se manter no poder, diz "que se lixem os portugueses", disse Hugo Soares, aludindo a Pedro Passos Coelho, no fecho do seu tempo de intervenção..

Houve falhas "inequívocas" e "nada ficará como antes"

Costa considerou "inequívoco" que houve falhas graves dos serviços do Estado no incêndio de Pedrógão Grande, em Junho, cabendo como tal ao Estado assumir as responsabilidades perante as vítimas.

O Verão sem fim da ministra da Administração Interna
O Verão sem fim da ministra da Administração Interna

"Do resultado do relatório da Comissão Técnica Independente nomeada pelo parlamento é inequívoco que em diversos momentos e circunstâncias houve falhas graves dos serviços do Estado. Portanto, cumpre ao Estado assumir as responsabilidades perante as vítimas de Pedrógão Grande", declarou o primeiro-ministro.

Costa voltou a defender a necessidade de um consenso político alargado em relação às medidas a tomar para prevenir novos incêndios florestais com consequências trágicas, sustentando que agora "é hora de agir" e que "nada ficará como antes".

"Já disse que o que importa fazer é transformar em programa de acção as conclusões que constam do relatório da Comissão Técnica Independente" sobre os incêndios de Junho, razão pela qual foi convocado um Conselho de Ministros extraordinário para o próximo sábado.

"Espero que o consenso que se gerou nesta Assembleia da República em torno da iniciativa do PPD/PSD para constituir a Comissão Técnica Independente possa suportar também um consenso alargado quanto às medidas que esta comissão propõe que nós adoptemos", afirmou.

Na perspectiva de António Costa, após os trágicos incêndios ocorridos em Pedrógão Grande e no domingo passado, "cumpre ao Governo retirar consequências daquilo que foi estudado, de forma a criar condições estruturais para que aquilo que aconteceu não volte a acontecer".

"Depois deste Verão nada pode ficar como antes. Seria intolerável e a forma de honrar efectivamente com actos e não com palavras quem sofreu, sofre e sofrerá é fazendo aquilo que falta fazer", acrescentou.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 41 mortos e cerca de 70 feridos (mais de uma dezena dos quais graves), além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em Junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.

Comentários
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  • P figueirdo
    31 out, 2017 Viseu 22:58
    Antônio Costa é o lixo da política portuguesa. Este vai destruir Portugal e matar os tugas
  • Paulo figueiredo
    31 out, 2017 Viseu 21:01
    Este gajo tem um currículo de mortes.este gajo está a cagar para os tugas. O que este gajo quer é poder. Se fosse na Suiça,este parasita estava na mesa....este parasita é um covarde.
  • contrariado,mas...
    20 out, 2017 Santarém 23:31
    O homem ficou tão chocado que logo a seguir ao caso de Pedrogão se pôs na alheta e foi passar umas férias bem tranquilas longe das críticas e do fumo dos incêndios que lhe poderiam pôr a pela um pouco mais escura, agora por fim e pressionado acaba por pedir desculpa.
  • ex emigrante
    20 out, 2017 Coimbra 18:15
    Quarenta anos passados a viver e trabalhar fora fronteiras voltei confiante de encontrar um Portugal mais libre e seguro, Com governantes credíveis que respeitassem o povo e a memoria do passado positivo, corrigindo erros de todos os governos, não é com mais guerras e acusações lamentáveis de políticos que pouco a nada de positivo provaram, mas sim corrupção, espoliação, abandono de parte do território e do respetivo povo. Não creio ser com bj e abr e cinema coberto por p, chuva que nada tem a ver com lagrimas verdadeiras de desespero , respeitem e apoiem as vitimas, castiguem os verdadeiros culpados, provem que são Humanos .
  • ao filipe
    20 out, 2017 lis 13:17
    Mais uma razão para percebermos o que está por detrás de tudo isto! Terrorismo organizado associado a tudo o resto que está mal! esse comentário é desculpa esfarrapada para retirar da tragédia uma das causas de que enferma a floresta! Efectivamente foi isso que também fez Cristas no debate parlamentar! Insulta com a palavra soberba, mas não olha para o seu umbigo!
  • Filipe
    19 out, 2017 Santarém 16:52
    O Pinhal de Leiria durou 700 anos mas não durou a dois anos de geringonça e não é eucaliptal.
  • Maria Nunes
    19 out, 2017 Vila Cova Penafiel 14:31
    "Peso na consciência"não chega! É necessário ação, para que não exista peso na consciência. E enquanto o " negócio " da prevenção não for superior ao "negocio"dos incêndios, Portugal não deixará de arder.
  • Maria Manuela Nunes
    19 out, 2017 Queluz 10:50
    O peso na consciência era tão leve que só chegou depois do puxão de orelhas...
  • Maria Catarina
    19 out, 2017 Rana 10:35
    Todo o bombeiro deveria fazer um exame psicológico todos os anos, ter seminários e outros cursos de formação, não é a primeira vez que um fogo é ateado por um bombeiro que logo a seguir se sobressai a combater as chamas. O comentador PEDRO pôs a mão na ferida e parece que ninguém quer saber disso , será que os integrantes do governo e da AR são idiotas estúpidos ou será que pertencem a algum lobby? As palavras, os dias de luto, os abraços, os beijos não vão trazer de volta os mortos e as ajudas tardam em chegar parece que estão a fazer um favor
  • António Ferreira
    19 out, 2017 Paredes 06:32
    porque não compram os "ditos"aviões para apagar os incêndios???!afinal só têm dinheiro para pagar a quem o faz por 35mil euros/hora!!! é assim k resolvem? ! muito provavelmente, continuaremos a ser um País pequenino. ....em matéria de governo. mesmo com "infelizmente " o número de vitimas mortais a aumentar,continuam a ver o flagelo que assombra o País como um NEGOCIO !

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