17 out, 2017 - 21:37 • Liliana Carona
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Uma família de pastores em Vinhó, concelho de Gouveia, está a viver num contentor à beira da estrada, depois da casa e o curral dos animais ter sido consumido pelas chamas de domingo (dia 15). Pedem ajuda, porque dizem que “as cabras, o único sustento, não podem passar outra noite ao frio”.
Fernanda Pimenta, de 53 anos, e Abel Pimenta, de 54, têm uma filha de 12 anos e agora vivem os três num contentor.
“Esta é a minha casa, porque a nossa casa ardeu e não temos onde ficar. Não sei como vou viver. Ardeu a quinta, ardeu tudo”, descreve Fernanda entre lágrimas.
O casal não sabe como vai continuar a viver numa casa improvisada. “Sem luz nem água, nem quarto de banho, porque isto é uma caixa térmica que arranjámos no ano passado para refrescar o leite, mas não tendo para onde ir, e depois de nos terem oferecido roupa e colchão...”, conta à Renascença sobre a solução encontrada perante a destruição que o fogo causou.
A família de Vinhó já pediu ajuda à autarquia de Gouveia. Recebeu alimentação para o rebanho, mas é preciso outro tipo de apoio mais urgente. “Precisava de um telheiro para as cabras, que não podem apanhar chuva, senão morrem de frio”, desabafa, olhando para as 80 cabras, que são o único sustento da família.
No domingo, deflagraram 523 incêndios no Norte e Centro de Portugal, que consumiram mais de 80 mil hectares e deixaram um rasto de destruição. Foi considerado pelas autoridades o pior dia de fogos do ano. Morreram 41 pessoas e 71 ficaram feridas.
No Verão, nos incêndios que começaram em Pedrógão Grande, morreram 64 pessoas e mais de 250 ficaram feridas.