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Em Nome da Lei

Relatórios dos incêndios têm de ser "instrumentos de trabalho" e não “programa de Governo"

20 out, 2017 - 20:11

Jaime Marta Soares, Duarte Caldeira, Eugénio Sequeira, Maurício Marques, Rocha Andrade e Manuel Veloso são convidados do programa Em Nome da Lei, de Marina Pimentel, para analisar os relatórios sobre os incêndios.

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O Governo não pode tomar medidas em relação aos incêndios só com base no relatório da Comissão Técnica Independente, diz o presidente da Liga dos Bombeiros. Jaime Marta Soares considera que ficou ainda "muito por dizer" e que o relatório tem "contradições".

Também em declarações ao Em Nome da Lei, da Renascença, Duarte Caldeira, presidente do Centro de Estudos de Protecção Civil, também defende que os relatórios não podem ser "programa de Governo" e reforça que são meros "instrumentos de trabalho".

"Custa-me um pouco a aceitar que a reunião do Conselho de Ministros se vá apenas debruçar sobre o relatório da Comissão Técnica Independente. Eu li-o atentamente, também subscrevo as contradições, a falta de aprofundamento e discussão de muitas das medidas", acrescenta Duarte Caldeira.

Já Maurício Marques, deputado do PSD e autarca de Penacova, lamenta "que tenha sido preciso acontecer esta segunda tragédia para se tomarem essas medidas que agora estão a ser anunciadas".

A reforma na floresta esbarrou sempre na questão da "propriedade", segundo o investigador Eugénio Sequeira. "Não é possível, embora tenhamos os melhores bombeiros da Europa e gastemos três vezes a média europeia por hectare ardido, não conseguimos parar o fogo. Porque a asneira global do ordenamento é enorme e ninguém toma medida", diz o ex-presidente da Liga para a Protecção da Natureza.

O deputado socialista Rocha Andrade considera que não é o aumento na despesa do Estado que vai inviabilizar que se chegue a um acordo. "Não é a dimensão da despesa que vai ser um obstáculo à transformação, são eventualmente outras resistências como os direitos de propriedade", explica.

As queimadas feitas por agricultores estiveram na origem de incêndios florestais, porque "as pessoas não fazem ideia dos riscos" que elas acarretam, afirma Eugénio Sequeira.

Também à Protecção Civil se aponta o dedo. Manuel Veloso, ex-vice-presidente da Protecção Civil alerta que as datas da fase Charlie são meramente indicativas. E acrescenta: "A protecção civil teve responsabilidades se não aconselhou a tutela a antecipar as datas ou prolongar as datas."

O Em Nome da Lei é transmitido na Renascença aos sábados, entre as 12h00 e as 13h00 e repete no domingo, entre as 00h00 e a 01h00.
Comentários
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  • O Mauricio do PSD
    21 out, 2017 lis 13:03
    e afins, deveriam lamentar a responsabilidade que o governo deles, durante 5 anos, teve em destruir serviços, acabar com outros, desinvestir noutros, empobrecendo o país e as instituições publicas, porque afirmavam eles que havia Estado a mais e não havia alternativas! Os portugueses sofrem em duplicado, sofreram durante 5 anos com os cortes desenfreados dos seus rendimentos e direitos básicos e agora sofrem com as tragédias, consequência dessas políticas desenfreadas de cortes, para a famigerada saída limpa! Conclui-se que foi uma saída Porca! Para os que estão agora na oposição, o governo em funções, que tem esta batata quente nas mãos, é que é o grande responsável de tudo! Isto não é o passar culpas, por parte da oposição, transformada em contras? Onde está a tão apregoada humildade, pedida pela oposição, mas só para os outros?

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