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Oficiais das Forças Armadas têm "dúvidas" sobre gestão dos meios aéreos

22 out, 2017 - 19:02

É necessário perceber "se apenas a gestão [dos meios aéreos públicos] passa a ser feita pela Força Aérea, ou a gestão e a operação".

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A Associação dos Oficiais Forças Armadas (AOFA) considera que as medidas de apoio às vitimas dos incêndios são "extremamente positivas", mas tem "dúvidas" sobre a gestão dos meios aéreos e lembrou que faltam efectivos para as missões.

As decisões que saíram do Conselho de Ministros de sábado "são extremamente positivas", mas "há um conjunto vasto de questões e de dúvidas que se colocam que, com certeza, serão esclarecidas nos próximos dias", disse em declarações à Lusa, o presidente da AOFA, António Mota.

Para o coronel, em primeiro lugar é necessário perceber "se apenas a gestão [dos meios aéreos públicos] passa a ser feita pela Força Aérea, ou a gestão e a operação", uma vez que a Autoridade Nacional de Proteção Civil também tem meios aéreos.

A associação tem também dúvidas quanto à passagem para a Força Aérea da gestão dos contratos privados com as empresas que detêm meios aéreos: "Nem nos quer passar pela cabeça que nesse aspeto em concreto, que é o aspeto mais sensível de tudo isto, se está exclusivamente a passar a batata quente da gestão para a Força Aérea", afirmou António Mota.

Outra das preocupações da AOFA é a falta de meios humanos "em quantidade" e em "qualidade", ou seja, "de pessoas devidamente formadas, para fazerem face a estas novas missões", acrescentou o militar.

"Só se podem formar pessoas quando elas existem e as forças armadas estão muitíssimo abaixo do número de efetivos que é necessário para o cumprimento das missões que já hoje têm", reforçou o presidente da AOFA.

António Mota defendeu que o reforço do regimento de emergência militar é positivo, mas disse ter "sérias dúvidas" quanto à sua eficácia devido à escassez de efetivos.

Há ainda que reforçar os orçamentos das forças armadas, numa altura que está em discussão no parlamento a proposta de Orçamento do Estado para 2018, defendeu, acrescentando que as medidas têm de ser aplicadas "no imediato" e não "daqui a um mês ou dois".

O primeiro-ministro, António Costa anunciou no sábado que, na prevenção e combate a incêndios, as Forças Armadas vão ter um papel reforçado no apoio de emergência, ao nível do patrulhamento, e caberá à Força Aérea a gestão e operação dos meios aéreos.

Segundo o primeiro-ministro, haverá "um papel alargado" das Forças Armadas no que concerne "ao apoio militar de emergência ao nível do patrulhamento, nas ações de rescaldo, na parte logística, no auxílio junto das populações e, ainda, no que respeita às capacidades no apoio ao processo de decisão".

António Costa frisou que a Força Aérea "ficará com a gestão e operação dos meios aéreos de combate aos incêndios florestais".

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  • Cidadao
    22 out, 2017 Lisboa 21:27
    Era ridiculo ou então era de tentar deliberadamente querer falhar, incumbir a Força Aérea de novas missões até complexas, sem haver reforços, sejam eles materiais, humanos, ou de dotação orçamental. E o papel da Força Aérea tem de ser claro, desde o primeiro momento. Isso são condições com que todos concordarão. Agora também, é preciso que da parte da Força Aérea e não só, não se comece já a gritar "impossivel" ou a pedir o Céu e a Lua. Isso pode ser confundido com alijar de responsabilidades e querer continuar no bem-bom sem problemas.

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