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Quercus quer leis para diminuir aérea de eucaliptos

22 out, 2017 - 18:52

Quanto às medidas do Governo, João Branco considera que "são medidas necessárias e urgentes, mas não trazem nada de novo ao ordenamento da floresta e à resolução de fundo”.

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A associação ambientalista Quercus afirma que o Governo foi ultrapassado na decisão de conter áreas de eucalipto pela realidade dos incêndios e tem de legislar para "fazer diminuir essa área".

Recordando a lei aprovada para não aumentar as áreas ocupadas por eucaliptos, o presidente da associação, João Branco, comentou à Lusa que "neste momento o necessário é uma política activa de diminuição da área instalada" por aquelas árvores.

"O eucalipto está a expandir-se sozinho e principalmente depois dos incêndios, porque nascem várias árvores, mas o eucalipto acaba por dominar", pelo que área com essas árvores vai aumentar este ano, argumentou.

"Este é um ciclo vicioso, porque o eucalipto torna-se num pasto de chamas, que vai queimar novamente muita área e que vai fazer aumentar ainda mais a área de eucalipto", acrescentou o ambientalista.

Acerca das decisões tomadas sábado no Conselho de Ministros extraordinário sobre prevenção de incêndios, o responsável notou que o "grosso das medidas anunciadas é de resposta imediata, que é uma função do Estado, mas sem impacto estrutural".

"São medidas necessárias e urgentes, mas não trazem nada de novo ao ordenamento da floresta e à resolução de fundo, que é a resiliência do território aos incêndios", argumentou.

Sobre o anúncio de apoios para a reposição e alargamento para 10 metros de faixas de proteção contra incêndios ao longo das estradas, a Quercus qualificou como uma medida positiva que "finalmente é feita".

Já sobre 15 milhões de euros destinados aos planos de estabilização de emergência, o ambientalista manifestou "sérias dúvidas quanto à sua eficácia", ao argumentar que são "medidas completamente ineficazes e muitas vezes é deitar dinheiro fora" porque quando o processo estiver completo "já choveu o que tinha a chover e começou a crescer a vegetação".

Em alternativa, João Branco apontou para "ações de rearborização e aproveitamento da regeneração natural".

A Quercus quer ainda um "compromisso do Governo para reflorestação com espécies autóctones", nomeadamente com a colocação de "folhosas de baixa combustibilidade", como carvalhos, sobreiros e castanheiros, em "locais estratégicos, para compartimentar as monoculturas de eucaliptos e pinheiros" e para aumentar a resiliência a fogos.

"E que impeça que os fogos atinjam grandes proporções", concluiu.

No sábado, o Governo anunciou a disponibilização de uma verba total "entre 300 e 400 milhões de euros" para a recuperação das habitações e infraestruturas de empresas e autarquias, o apoio ao emprego e ao setor agrícola e florestal.

As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.

Comentários
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  • tretas
    23 out, 2017 Santarém 22:45
    Então e o pinhal de Leiria como foi? Que eu saiba estava sem limpeza mas o senhor ministro da agricultura nem isso sabia, se não se avançar com o ordenamento da floresta e isso terá que mexer com muitos proprietários parte deles com terrenos ao abandono, jamais farão uma reforma em condições, também não me parece que será assunto para ser discutido apenas em conselho de ministros pois o debate terá que ser muito mais amplo e sobretudo com gente local e pessoas entendidas na matéria que serão muito poucas neste país ao julgar pelo alheamento que se vê dos (técnicos) nos locais precisos.
  • justo
    23 out, 2017 Leiria 16:40
    O pior mal e falta de respeito é deixarem plantar eucaliptos em terrenos urbanos mesmo junto às casas, zonas de àgua, etc. Isto é uma vergonha.
  • patego
    23 out, 2017 braga 15:49
    Olha, olha ! Corta fogos !!!!!!!!!!!!!! Será que os incendiários não tenham pernas para passar pelos corta fogos ?
  • Joao Silveira
    22 out, 2017 Lisboa 21:34
    Recomendo o bom senso para algumas Medidas que considero Importantes e Indispensaveis. Muito mais do que o Combate, a Prevenção é bem mais importante, os CORTA FOGOS SÃO INEXISTENTES na Maioria das Florestas q
  • anónimo
    22 out, 2017 portugal 20:27
    Em frente à minha casa passa uma estrada nacional e do lado oposto à minha casa estão eucaliptos mesmo na ribanceira, a MENOS DE UM METRO do alcatrão da estrada, mas como pertencem a uma FÁBRICA DE PASTA DE PAPEL, ninguém diz nada, nem Junta de Freguesia nem Câmara e nem GNRs. Se um daqueles monstros com algum temporal cai , lá se vai a minha casa. Mas enfim, se fossem meus já tinha sido tramado, pois não estão a dez metros da berma da estrada e muito menos a 50 metros de minha casa.

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