24 out, 2017 - 11:43
O presidente da Comissão Europeia considera que é necessário remodelar os mecanismos de proteção civil da União Europeia, insistindo que "não é normal" o tempo que Portugal teve de esperar por assistência para combater os recentes incêndios florestais.
"Não é normal que, quando um incêndio se declara num domingo de manhã em Portugal, tenhamos de esperar até quarta-feira à noite para ver chegar o primeiro avião de ajuda europeu. Temos que acelerar o processo", defendeu Jean-Claude Juncker esta terça-feira, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
Num debate dedicado aos resultados do Conselho Europeu da semana passada em Bruxelas, Juncker começou por recordar o "sentido de solidariedade com a tragédia que Portugal e Espanha acabaram de atravessar", para admitir que os mecanismos de proteção civil "não estão a funcionar a 100%".
"A solidariedade é uma virtude essencial da nossa União, e quando um de nós se vê confrontado com dificuldades é evidente, necessário e elementar que a União Europeia venha em ajuda daqueles que sofrem”, afirmou.
“Essa é a razão pela qual encarreguei o comissário [da Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos] Stylianides de refletir no prazo de um mês, e em todo o caso até ao fim do ano, na remodelação e numa nova articulação dos nossos mecanismos de proteção civil que não estão a funcionar a 100%", anunciou.
Até lá, notou Jean-Claude Juncker, a Comissão irá activar, "após verificar a sua aplicabilidade, todos os mecanismos do Fundo Europeu de Solidariedade para Portugal e Espanha", assim como os três países bálticos atingidos por chuvas torrenciais.
Na cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE, na semana passada, o primeiro-ministro português, António Costa, afirmou que os incêndios florestais motivaram "uma atenção muito grande" no Conselho Europeu e revelou que Juncker deu instruções para que a Comissão voltasse a estudar uma proposta antiga de criação de uma força europeia de Protecção Civil.
Pelo menos 45 pessoas morreram nos incêndios de 15 de Outubro em Portugal, a última das quais esta terça-feira.