25 out, 2017 - 19:28
O primeiro-ministro diz que o modelo para a reconstrução das casas afectadas pelos incêndios do dia 15 de Outubro será "seguramente diferente" daquele que foi utilizado na zona atingida pelos fogos de Pedrógão Grande e Góis.
"Vão ser modelos seguramente distintos. Agora que estamos a concluir o levantamento, vamos trabalhar com as autarquias para ver com cada uma qual a melhor estratégia e também para organizar de forma mais eficaz os diferentes donativos e vontades que se têm mobilizado", disse aos jornalistas António Costa.
Apesar de vir a ser aplicado um modelo distinto nos concelhos agora afectados, o primeiro-ministro sublinhou que serão adoptados os mecanismos utilizados para os incêndios de Pedrógão Grande e Góis para acelerar e agilizar a reconstrução das casas.
O líder do executivo visitou quatro casas reconstruídas e em reconstrução na área afectada pelo grande incêndio de Pedrógão Grande, mostrando-se satisfeito por aquilo que viu no terreno.
Para António Costa, as várias casas já concluídas nesta zona são um "sinal importante" num momento em que houve "uma tragédia que, do ponto de vista material, tem uma dimensão muito superior".
"Temos que ampliar este esforço e a energia que foi posta na reconstrução deste território e agora temos que alargar ao resto do território", frisou António Costa.
Segundo a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa, cerca de 800 casas de primeira habitação foram parcial ou totalmente afectadas pelos incêndios de dia 15 na região.
Pedrógão Grande. 72 casas já recuperadas
O primeiro-ministro, António Costa, sublinhou em Pedrógão Grande que 72 intervenções em habitações permanentes afetadas pelo grande incêndio de junho estão já concluídas.
Para além das obras concluídas, há cerca de 90 intervenções "já em fase de obra" ou para "arranque iminente", anunciou o primeiro-ministro.
António Costa realçou que estes números significam que "mais de 66% das casas" de primeira habitação estão concluídas ou em fase de intervenção, na zona afetada pelos incêndios de Pedrógão Grande e Góis, em junho.
O líder do executivo falava aos jornalistas após uma visita a quatro casas intervencionadas na região afetada pelo incêndio de Pedrógão Grande.
"Isto é um sinal de que foi possível, graças à solidariedade dos portugueses, à forma como as diferentes instituições se organizaram para responder positivamente a este desafio", sublinhou António Costa.
O primeiro-ministro disse que "seguramente não vão estar todas [as casas concluídas] no Natal", mas acredita que, nessa época, estejam todas "em obra".
"Quando viemos aqui há poucos meses, poucos acreditávamos que hoje já estaríamos aqui a ver estas casas já prontas", vincou, referindo que as casas concluídas e as que estão em obra são também um sinal de que está a ser possível "regenerar este território".
Segundo dados divulgados à agência Lusa pela presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa, há 55 obras em execução, 15 consignadas e 16 em adjudicação.
Há ainda 28 em consulta de preço, 41 em projecto e 10 obras em avaliação.
Ao todo, os custos de recuperação das 238 habitações permanentes afectadas em Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Sertã e Penela é de cerca de nove milhões de euros, refere o documento da CCDRC.
O fundo Revita financia 89 intervenções, a União das Misericórdias e a Fundação Calouste Gulbenkian 41 obras, a Cáritas de Coimbra 35, a SIC Esperança 17 e a Misericórdia de Lisboa cinco.
Segundo os dados da CCDRC, há ainda 39 obras a cargo do proprietário financiadas pela companhia de seguros, nove suportadas por doadores particulares ou empresas e três a cargo do proprietário.