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Incêndios

Relatório com "erros e omissões". Protecção Civil arrasa comissão independente

26 out, 2017 - 08:05

Alguns comandantes da ANPC questionam isenção e intenções dos peritos da comissão.

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A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) recusa as críticas do relatório elaborado pela comissão técnica independente sobre os incêndios de Junho (Pedrógão Grande) e aponta-lhe omissões graves, erros e contradições.

Segundo um documento da ANPC, divulgado na edição desta quinta-feira do jornal “i” e que terá sido enviado ao Ministério da Administração Interna, ninguém de topo do comando nacional da Protecção Civil foi ouvido ou contactado pelos peritos daquela comissão.

O documento das ANPC contesta quase 30 pontos do relatório da comissão técnica independente e diz que "as falhas apontadas, ou não existiram na prática ou se traduzem em situações decorrentes da complexidade" do fogo de Pedrógão, que fez 64 mortos e mais de 250 feridos.

O documento acusa ainda a comissão independente de não ter chamado a prestar depoimento nem o comandante operacional nacional, que entretanto se demitiu, nem outros "elementos absolutamente cruciais" naquele fogo.

Pedrógão Grande. Passado, incêndio e futuro
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Segundo a ANPC, o relatório da comissão tem "erros e omissões na análise dos factos, que geram inclusivamente contradições de referência, confundindo as conclusões a reter" e considera que há partes do relatório que têm "o propósito claro de levar o leitor, cidadão comum, desconhecedor dos meandros da resposta operacional, a formular o juízo de que houve inépcia e inoperância do Comando Nacional de Operações de Socorro".

No relatório enviado à tutela (juntamente com documentos que "comprovam os argumentos" apresentados), a ANPC pede depois que este desmentido seja tornado público, "por respeito às vítimas e ao bom nome da instituição e dos seus operacionais".

Desmentido parágrafo por parágrafo

"No total, são 98 páginas que arrasam de forma detalhada, parágrafo a parágrafo, várias conclusões dos peritos", escreve o “i”.

O jornal acrescenta ainda que o facto de o documento não ter sido tornado público pela tutela faz com que alguns comandantes da ANPC questionem a isenção e as intenções dos peritos sobre as conclusões do relatório.

Além disso, “alguns comandantes da ANPC salientam que um dos membros da comissão de peritos é José Manuel Moura, que foi comandante nacional da Proteção Civil até final de Dezembro de 2016", acrescenta o jornal.

Da água ao fogo. Porque não fechou a N236-1, a "estrada da morte"
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Um dos pontos que é negado pela ANPC diz respeito à paragem da “fita do tempo” apontada pelos peritos da comissão, segundo os quais o actual comandante operacional nacional, Albino Tavares, deu ordens para que, a partir das 4h56 do dia 18 de Junho, não fossem registadas informações na fita do tempo sem autorização prévia.

"Todos os alertas deveriam ser comunicados ao posto de comando por telefone, e só após validação do mesmo seriam ou não inseridos na fita do tempo", lê-se no relatório dos peritos da comissão independente.

A ANPC nega tal conclusão e diz que a decisão de Albino Tavares foi "transferir para o posto de comando todas as informações inseridas na fita do tempo, deixando de ser registadas a partir de Leiria, onde é o comando distrital, devido às dificuldades de comunicações", escreve o “I”.

"Isto porque, caso as decisões fossem introduzidas na fita do tempo a partir de Leiria, 'eram suscetíveis de originar erros ou omissões de localização/missão e/ou constituição das forças efetivamente empenhadas no terreno'", acrescenta o jornal, citando o documento de resposta da ANPC.

Ainda de acordo com a mesma resposta, "esta terá sido a explicação que Albino Tavares deu aos peritos, não sendo a justificação de 'excesso de informação' que se lê no documento dos peritos".

Segundo a Protecção Civil, naquela tarde de 17 de Junho era "impossível ao Comando percepcionar a evolução extrema do incêndio", algo que, defende, também é assumido noutras partes do relatório da comissão independente.

"A resposta inicial não foi lenta nem rápida, mas a possível e aconselhável no momento em que a mesma foi desencadeada", defende a ANPC.

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  • desmentido
    26 out, 2017 Pt 12:44
    a comissão independente já veio desmentir e afirma que os cargos de topo da autoridade civil, foram ouvidos para a elaboração do relatório! Questão pertinente é saber se o jornal I, que embandeira em arco com arrasamentos, também pertence ao grupo do correio dos manhosos? E os outros media, infelizmente, continuam a papaguear de imediato as noticias de outros sem investigarem a sua credibilidade!
  • o passa culpas
    26 out, 2017 lis 12:08
    no seu melhor!...estes srs sentem-se acossados e à viva força contestam! O que é necessário é que tudo o que está mal seja rapidamente alterado e levado à pratica o que está recomendado! É esta a prioridade e o que os portugueses conscientes esperam dos responsáveis governamentais! Foi para isso que foi demitida a ministra e substituída por outro ministro que quanto sabemos está, juntamente com outros, a porem em pratica tudo o que foi acordado no ultimo conselho de ministros! Talvez este conjunto de responsáveis que agora contestam e defendem a atuação que tiveram, se mostrassem disponíveis para colaborar no que terá de ser feito e deixassem-se de questiúnculas de lana caprina, sacudindo a água do capote! Todos cometeram erros e eles já vêm de trás e não podem nem devem ser assacados apenas ao actual governo! Não há tempo a perder!
  • mendes
    26 out, 2017 braga 11:39
    eu sempre disse a culpa e do salazar e dos eucaliptos e do salazar porque morreu e dos eucaliptos que andam por ai a incendiar os pinheiros a verdade e esta muita gente morreu muita gente ficou sem nada muitos incendiarios foram presos mas nenhum fuzilado e muita gente ficou bem na vida com os incendios um pais onde nao ha leis severas para os criminosos um pais onde as policias sao acusadas de fascistas e rascistas um pais que mantem milhares de malandros com o ris um pais onde o crime compensa nao e um pais e uma bandalheira mas o povo gosta disto um pais onde acusados de crimes vao para altos cargos politicos so se pode atribuir a culpa ao povo porque vota neles
  • António José Nunes C
    26 out, 2017 Fátima 11:08
    Deixo aqui uma pergunta, responda quem souber ou quiser. Se os relatórios finais apurarem que houve responsabilidade grave das autoridades nacionais na morte das infelizes vítimas, haverá lugar a uma indemnização aos familiares das vítimas, sendo esse valor pago pelo estado (julgo eu). E a responsabilização dos titulares dos cargos que comandavam esta "tropa" toda como é que vai ser feita? A ministra demitiu-se (foi para férias) o comandante da protecção civil idem, (foi com ela) sendo eles os responsáveis máximos pelo teatro de operações haverá julgamento, multa, coima, impossibilidade de ocupar cargos públicos por período de 4 ou 5 anos? Ou vão ser mais dois funcionários do estado diluídos no anonimato da função pública com sangue nas mãos sem culpa e castigo atribuídos? Na Islândia um primeiro ministro foi julgado por incompetência nas funções do seu cargo e não morreu ninguém, aqui morrem mais de 100 pessoas e ninguém vai a julgamento por incompetência, apesar de receberem ordenado chorudo por ocuparem o cargo. Eu sei que os políticos dizem nos bastidores que um ministro ganha uma miséria, mas se é assim fujam debaixo das saias do estado e vão trabalhar para ver como custa.
  • Victor
    26 out, 2017 Lx 11:05
    Os boys incompetentes agarrados aos jobs com unhas e dentes!
  • Manuel Petiz
    26 out, 2017 Porto 10:57
    Tenham vergonha e perante os FACTOS demitam-se! Se não o fazem, que seja o governo a demitir se é que alguma vez vai ter a coragem de demitir algum dos que lá pôs. Provavelmente lá terá de ser novamente o Presidente a obrigá-los!
  • Horácio Francisco
    26 out, 2017 Batalha 10:20
    Moita Francisco | Director TMG - Editorial n.º110 - 8 Setembro 2005 Até quando? Voltamos a falar sobre o flagelo dos incêndios, que aparentemente estão mais calmos, a propósito de nas últimas semanas ouvirmos os políticos afirmarem, de forma muito agitada, que é necessário tomar medidas quanto a esta matéria. Vai daí, o ministro dito “responsável” pela tutela, juntamente com outros seus colegas de Governo, têm anunciado que a partir de agora a lei vai ter de ser aplicada, ou seja, cumprida na íntegra. Quanto à limpeza das matas e terrenos baldios, não podíamos estar mais de acordo com as mesmas. Contudo, não há bela sem senão. Sim, porque se olharmos para o próprio património do Estado – que é como quem diz, de todos nós –, logo nos apercebemos de como é grande o atentando às nossas matas Nacionais. Veja-se o verdadeiro matagal e o aparente desprezo pelo património que é de todos. Pois é! Lá estão estes “nobres”, ditos “responsáveis” pela coisa pública, esta corja de desmandados políticos de todos os quadrantes, que na oposição afirmam aos setes ventos que tudo está mal, mas não apresentam medidas concretas para atalhar os problemas, e uma vez chegados ao Governo anunciam ideias luminosas, mas que não passam disso mesmo. É que, na prática, continuamos todos à espera dos frutos de tais medidas, dado que infelizmente a área ardida tem sido cada vez maior. Como à mulher de César não basta ser séria é preciso parecê-lo, também neste caso o Estado deveria ser o primeiro a dar o exemplo. Infelizmente, assim não acontece nesta, como em tantas outras situações. Face a tudo isto recorremos mais uma vez à nossa memória, para voltar a perguntar pelos planos de segurança e de intervenção das nossas matas para cinco anos, apresentados o ano passado. Planos esses que contemplavam a intervenção das forças armadas, para além da entrega de novas viaturas e duas aeronaves. Tudo isto para termos um distrito mais verde e, segundo foi dito na altura, com um investimento de 12,7 milhões euros. Se considerarmos o investimento anunciado, bem como toda a pompa e circunstância que envolveu o acto solene do anúncio deste investimento, em que não faltou a passarela dos políticos ou politiqueiros da região, bem como dos nacionais, concluímos, face ao que se continua a passar nas nossas matas, se tudo não passa de actos de pura e galopante hipocrisia.
  • TUGA
    26 out, 2017 Lisboa 09:55
    Agora vamos ter nova novela, "" jogo do empurra""" CONCLUSÃO: a culpa foi das arvores, porque não fugiram??
  • Antonio Pired
    26 out, 2017 Canas Senhorim 09:54
    ISTO É TUDO UMA PALHAÇADA OS FOGOS APAGAM SE PRIMEIRO NO INVERNO E NO TERRENO QUEM DEVE TER O COMANDO É O COMANDANTE DOS BOMBEIROS LOCAIS O RESTO COMO FITAS SIRESP PROTECÇÃO CIVIL E TODAS AS COMPLEXIDADES QUE CRIARAM NOS ÚLTIMOS 30 ANOS SO DEU COMANDO A INCOMPETENTES E ASSIM SE PERDERAM VIDAS RESUMINDO É COMO NUMA ESCOLA PRIMÁRIA COLOCASSEM OS ALUNOS DE PROFESSOR OU SEJA NINGUEM APRENDIA A LER E A ESCREVER FALO COM CONHECIMENTO DE CAUSA
  • Alberto
    26 out, 2017 Funchal 09:51
    Ainda nenhum malabarista (com bola) de Circo, foi grande jogador de futebol; são Peritos de sofá!! Sentados, sabem sempre como se devia fazer! Quantos desses já estiveram a 10 metros de um Fogo Florestal??

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