29 out, 2017 - 15:28
Um estudo realizado a doentes portugueses com cancro da mama revelou que mais de metade sente falta de apoio social e de cuidados de saúde adequados, de acordo com a Sociedade Portuguesa e Oncologia (SPO).
Divulgado este domingo, a propósito do Dia Nacional da Prevenção do Cancro da Mama, que se assinala na segunda-feira, o estudo indica que "64% dos inquiridos sente que não tem o apoio social nem a prestação de cuidados de saúde adequados".
No entanto, a maioria dos doentes inquiridos (86%) reconhece que o médico os inclui nas decisões relativas ao tratamento e que este é a principal fonte de informação quando têm dúvidas.
Conduzido pela SPO, o inquérito "Cuidados de saúde em Oncologia: a visão dos doentes" analisou a percepção dos doentes com cancro da mama em relação aos cuidados de saúde prestados nesta área, principais dificuldades e acesso à informação sobre a patologia.
"O facto de os doentes terem apontado como principal aspecto negativo a falta de apoio social preocupa-nos. O cancro da mama é relativamente frequente em mulheres profissionalmente activas, muitas vezes com filhos pequenos ou com pais a cargo, e sentem que o apoio social é uma vertente importante no percurso de tratamento", afirma a presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, Gabriela Sousa.
As conclusões do inquérito revelam ainda que o aspecto mais valorizado no tratamento é a eficácia (43%) em detrimento do custo, cuja percentagem é de apenas 1%.
O principal sentimento após o diagnóstico de cancro da mama é o medo, apontado por 77 inquiridos, logo seguido de tristeza, referido em 22 respostas.
A internet é a segunda fonte de informação mais procurada, sendo que 30% dos inquiridos respondeu que recorre a esse meio para esclarecer questões relacionadas com a doença ou o tratamento.
Este inquérito esteve disponível online entre os dias 18 de Setembro de 2017 e 8 de Outubro de 2017, sendo o universo de inquiridos constituído por pessoas de ambos os sexos, doentes ou com antecedentes de doença oncológica, residentes em Portugal.
O estudo teve um total de 333 participações, das quais resultou uma amostra de 181 doentes com cancro da mama.