30 out, 2017 - 12:00
Arranca esta segunda-feira, em Viseu, uma megaoperação de compra e transporte de água para abastecer as populações de quatro concelhos do distrito. “Essa operação significa dois quilómetros e meio de camiões cisterna por dia a transportarem 3.300 metros cúbicos”, indica o presidente da Câmara.
Todos os dias, 27 camiões cisternas vão disponibilizar água aos munícipes de Viseu, Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo. Isto, para evitar o consumo de água da barragem de Fagilde, que serve as populações de Nelas e Mangualde.
Os vários metros cúbicos de água “vêm de locais aqui à volta, uns mais longe outros mais perto: uma água vem de Tondela, outra de Trancoso, outra de Caparrosa. São cerca de cinco pontos onde vamos buscar essa água e depois distribuímos por diferentes pontos no concelho. No fundo, isto visa reduzir o consumo de água da barragem para continuarmos a poder fornecer Nelas e Mangualde”, explica o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, na Manhã da Renascença.
O autarca lamenta também a falta de investimento do Governo nos recursos hídricos.
“Se nós tivéssemos instaladas ensecadeiras, que seriam da responsabilidade do Estado central, nós poderíamos neste momento estar com mais um milhão e 500 mil metros cúbicos de água na albufeira, o que nos permitira aguentar até ao final do ano”, começa por dizer.
“As restrições, os cortes fizeram com que esse investimento fosse adiado. De há três anos a esta parte que eu venho a propor ao Governo, ao anterior e a este, que a Câmara de Viseu faça a obra e que depois deixe de pagar as taxas – que nós pagamos quase 300 mil euros por ano à APA [Agência Portuguesa do Ambiente] para podermos utilizar a água da barragem. E a verdade é que isso foi sendo adiado”, critica.
“Agora, nesta situação de emergência, parece que finalmente vamos ser autorizados a construir esta ensecadeira, até para prevenir o próximo Verão, e também estamos a tratar do processo de desassoreamento da própria albufeira, porque o desassoreamento mais a colocação da ensecadeira pode-nos permitir armazenar mais dois milhões de metros cúbicos no próximo ano”, avança por fim na Renascença.